SÓ SÃO PAULO
HOME | NOTÍCIAS | COLUNAS | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
protesto
17/02/2005
"Escola de latinha" com excesso de alunos usa pátio como sala
 

Um grupo de 210 alunos de 1ª série de uma escola municipal na região de Ermelino Matarazzo (zona leste), é obrigado a ter aula desde o início do ano letivo num pátio ao ar livre ou em mesas improvisadas de um pátio interno, por falta de sala. A escola, um prédio emergencial construído com estruturas metálicas, não tem capacidade para abrigá-los e o prédio definitivo, de alvenaria, só ficará pronto em maio. Na campanha eleitoral do ano passado, o prefeito José Serra (PSDB), que assumiu em janeiro, disse que acabar com as escolas de lata seria uma de suas "prioridades".

O problema afeta 70 alunos por turno da Emef (Escola Municipal de Educação Infantil) Januário Mantelli Neto, na Vila Císper. Aproximadamente 50 mil alunos estudavam em 50 escolas municipais de lata no ano passado.

"Isso não é estudar", reclamou Ilma de Fátima Menezes, 50 anos, avó de Amanda, 6 anos, uma das alunas que não têm sala para estudar. "No pátio não tem condições para ensinar, e as crianças só ficam desenhando."

A reportagem acompanhou duas aulas dos alunos excedentes. No pátio interno, sem lousa e no calor das paredes de zinco, uma professora fazia o possível para prender a atenção de dezenas de alunos amontoados ao redor de algumas poucas mesas. Do lado de fora, ao ar livre, outro grupo de alunos já não sofria com o calor, mas tinha de sentar-se no chão, com os cadernos na mão.

"Além de ser uma escola de lata, que é muito quente durante o dia, os alunos agora têm de ficar todos juntos em volta de uma mesa", disse a dona-de-casa Eliane Aparecida Postigo, 28 anos, mãe de Rafael, 6 anos. "É horrível."

Os alunos excedentes compõem seis salas de aula criadas neste ano. Segundo o coordenador de educação da subprefeitura de Ermelino Matarazzo, Lusmar Roca, as novas salas funcionariam na escola de alvenaria construída ao lado da antiga escola de lata, maior do que a atual, mas ela não ficou pronta para receber o contingente de novos alunos.

"Como a nova escola não ficou pronta e as matrículas para as novas salas de aula já haviam sido efetuadas, estamos tendo de alocar provisoriamente as crianças", afirmou o coordenador.

Protesto
Na mesma Vila Císper, na manhã de ontem, cerca de 60 mães protestaram contra a falta de vagas nas creches da região. O protesto ocorreu em frente a um galpão que há seis anos foi cedido pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) à Associação de Moradores de Ermelino Matarazzo para ser transformado em creche.

Representantes da associação, ligada ao vereador Adolfo Quintas (PSDB), prometeram para as mães que a creche será inaugurada em 11 de abril. A Secretaria de Educação disse que o pedido para autorização da creche está sendo analisado na subprefeitura da Penha, mas nenhum prazo foi definido ainda para o início de funcionamento da futura creche.

FAUSTO SALVADORI FILHO
LUCIANE SCARAZZATTI
do Agora

notícias ANTERIOREs:
14 /02/2005
Prefeitura inicia corte de árvores condenadas
11 /02/2005
Camelôs montam polícia paralela no centro de SP
28/01/2005 CEU terá parceria e pode ser "alugado"
28/01/2005 Serra estuda abrir calçadões para carrosz
20/01/2005 São Paulo vista da janela do ônibus
19/01/2005 Dinheiro deixado por gestão anterior é insuficiente, diz Serra
18/01/2005 Serra traz subprefeitos de fora de SP
17/01/2005 Déficit deixado por Marta supera o de Pitta
17/01/2005 Era cortiço. Virou vila chique
12 /01/2005 Secretário aponta erro de R$ 2 bi no Orçamento de SP