12/08/2006
Menina pobre, a senadora Heloisa Helena, 44, nasceu doente em Pão de Açúcar, no interior de Alagoas. Ela tinha a saúde tão fraca que a mãe prometeu que se a filha sobrevivesse, não cortaria seus cabelos até os sete anos de idade --no dia que foram cortadas, as madeixas chegavam aos joelhos.
Como grande parte dos colegas, Heloisa Helena iniciou sua atividade política no movimento estudantil, dedicando-se posteriormente ao movimento docente e sindical. Filiou-se ao PT em 1985, partido em que permaneceu até 2003, quando foi expulsa da legenda e fundou o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade).
Formada em enfermagem, Helena é professora do Centro de Saúde da Universidade Federal de Alagoas, na cadeira de Epidemiologia, mas está de licença sem vencimentos desde que assumiu cargos políticos, no início da década de 90.
O primeiro deles foi em 1992, quando venceu a eleição pela coligação PSB/PT como vice-prefeita de Maceió. A vitória foi considerada um marco das forças progressistas estaduais por ser considerada o grande revés das oligarquias alagoanas nas estruturas políticas da prefeitura da cidade.
Desde então, sua rotina mudou a cada dois anos: em 1994 se elegeu deputada estadual; em 1996 tentou a eleição para a Prefeitura de Maceió, mas perdeu a eleição; em 1998, com 56% dos votos, tornou-se senadora --o mandato termina nesta ano, quando a senadora entra na corrida presidencial.
Durante os trabalhos como senadora, Helena quase entrou na disputa do governo alagoano, mas renunciou à candidatura por discordar da aliança do seu partido com o PL. Nas eleições de 2002, o empresário José Alencar foi indicado para ser candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas foi no ano seguinte, em 2003, que Heloisa Helena enfrentou, assumidamente, uma das fases mais difíceis de sua vida: a saída do PT, partido que ajudou a construir. O motivo da expulsão foi a polêmica reforma da previdência. A senadora, entre outros parlamentares, como Babá e Luciana Genro, votaram contra a emenda proposta pelo governo Lula. Ao desobedeceram a recomendação partidária de votar a favor do texto, foram julgados e expulsos.
Esse mesmo grupo se uniu para criar, em 2004, o PSOL (Partido do Socialismo e da Liberdade). No novo partido, ganharam força o alto tom de voz e os discursos inflamados, com mais espaço por conta da forte presença nas CPIs. Colegas de militância, como José Dirceu e Antonio Palocci, foram alvos de pesas críticas, assim como o presidente Lula.
Em toda sua trajetória, destaca-se o trabalho feito junto com a luta de massas, o que acabou colocando-a como mediadora em diferentes conflitos, e até contra as forças repressivas e policiais do Estado.
As falas contundentes são outra marca registrada de Heloisa Helena, que costuma protestar de punhos cerrados. Mulher que não mede palavras, é articulada e implacável em suas opiniões. "Sou agressiva e intolerante em alguns momentos, mas foi assim que cheguei aonde cheguei", diz. “Quem for podre que se quebre!”, afirmou, por exemplo, sobre o "julgamento popular" que, segundo ela, ocorrerá nas eleições de 2006.
Outra frase célebre foi a resposta dada a Antonio Carlos Magalhães, que espalhou que ela havia votado contra a cassação do senador Luiz Estevão por ter um caso com ele, em maio de 2001. "Luiz Estevão não faz o meu tipo. Homem riquinho e ordinário eu vomito em cima", declarou na época.
Família e rotina
Nas constantes mudanças de endereço e na vida corrida de campanha e ativismo político, Heloisa Helena sempre esteve junto de seus dois filhos: Sacha, hoje com 22 anos, e Ian, 19. Além dos filhos naturais, foi mãe-de-leite de duas crianças, uma delas cega.
Casada por duas vezes, a senadora hoje está solteira. Helena diz que admira o primeiro marido, pai de seus filhos, e mantém o contato com o segundo, já que é madrinha do filho dele com a segunda mulher.
Fora do Congresso Nacional, Heloisa Helena destaca o prazer de ficar em casa com amigos e familiares (Helena mora em um apartamento funcional oferecido aos senadores), costurar suas próprias roupas e cuidar de flores que cultiva. Além dos filhos, moram com ela um gato e um cachorro.
No carro a que tem direito de usar, cedido pelo Senado, é a própria senadora que vai ao volante --ela dispensou o motorista, apesar do pouco tempo que tem para si. Entre outros hábitos está a coleção de imagens de São Francisco de Assis (que ela chama de "São Chiquinho"), um anel de São Miguel Arcanjo que nunca tira da mão e a Bíblia, que sempre carrega consigo.
Popular no Senado e nas ruas, Heloisa Helena seria facilmente reeleita senadora (é campeã de cartas e e-mails no Senado), a exemplo do amigo Eduardo Suplicy (PT). Porém, diz que, apesar do medo da família de que ela entre na disputa presidencial e seja alvo de ataques maldosos, o faria de peito aberto e com "muita alegria". Se perder, diz ela, "volto a dar aula na universidade federal da minha querida Alagoas e a cuidar dos pobres na rede de saúde".
Em novembro de 2005, em eleição livre promovida pela revista Forbes Brasil, foi eleita como a mulher mais influente na política e no legislativo brasileiro. Apesar de combativa, Heloisa Helena diz que se cansa, somatiza o cansaço por lidar com tantas "raposas" da política e adoece. "Mas estou bem, me trato com homeopatia", explica.
Candidatos - Presidente - Heloisa Helena
Presidente |
Senador |
Governador |
Deputado Estadual |
Deputado Federal
Candidatos envolvidos com escândalos
Candidatos envolvidos com escândalos
Nascimento: 06/06/1962, em Pão de Açúcar (AL) Profissão: enfermeira e professora licenciada do Centro de Saúde da Universidade Federal de Alagoas Estado Civil: solteira. Foi casada por duas vezes. Filhos: Sacha, 22, e Ian, 19 Partido: PSOL |
CONTRA X A FAVORPena de mortenão respondeu Descriminalização da maconha não respondeu Adoção por casais homossexuais não respondeu Serviço militar obrigatório não respondeu Experiências com clones humanos não respondeu Eutanásia em casos terminais não respondeu Esmolas não respondeu Acredita em Deus? não respondeu |
Como grande parte dos colegas, Heloisa Helena iniciou sua atividade política no movimento estudantil, dedicando-se posteriormente ao movimento docente e sindical. Filiou-se ao PT em 1985, partido em que permaneceu até 2003, quando foi expulsa da legenda e fundou o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade).
Formada em enfermagem, Helena é professora do Centro de Saúde da Universidade Federal de Alagoas, na cadeira de Epidemiologia, mas está de licença sem vencimentos desde que assumiu cargos políticos, no início da década de 90.
O primeiro deles foi em 1992, quando venceu a eleição pela coligação PSB/PT como vice-prefeita de Maceió. A vitória foi considerada um marco das forças progressistas estaduais por ser considerada o grande revés das oligarquias alagoanas nas estruturas políticas da prefeitura da cidade.
Desde então, sua rotina mudou a cada dois anos: em 1994 se elegeu deputada estadual; em 1996 tentou a eleição para a Prefeitura de Maceió, mas perdeu a eleição; em 1998, com 56% dos votos, tornou-se senadora --o mandato termina nesta ano, quando a senadora entra na corrida presidencial.
Durante os trabalhos como senadora, Helena quase entrou na disputa do governo alagoano, mas renunciou à candidatura por discordar da aliança do seu partido com o PL. Nas eleições de 2002, o empresário José Alencar foi indicado para ser candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas foi no ano seguinte, em 2003, que Heloisa Helena enfrentou, assumidamente, uma das fases mais difíceis de sua vida: a saída do PT, partido que ajudou a construir. O motivo da expulsão foi a polêmica reforma da previdência. A senadora, entre outros parlamentares, como Babá e Luciana Genro, votaram contra a emenda proposta pelo governo Lula. Ao desobedeceram a recomendação partidária de votar a favor do texto, foram julgados e expulsos.
Esse mesmo grupo se uniu para criar, em 2004, o PSOL (Partido do Socialismo e da Liberdade). No novo partido, ganharam força o alto tom de voz e os discursos inflamados, com mais espaço por conta da forte presença nas CPIs. Colegas de militância, como José Dirceu e Antonio Palocci, foram alvos de pesas críticas, assim como o presidente Lula.
Em toda sua trajetória, destaca-se o trabalho feito junto com a luta de massas, o que acabou colocando-a como mediadora em diferentes conflitos, e até contra as forças repressivas e policiais do Estado.
As falas contundentes são outra marca registrada de Heloisa Helena, que costuma protestar de punhos cerrados. Mulher que não mede palavras, é articulada e implacável em suas opiniões. "Sou agressiva e intolerante em alguns momentos, mas foi assim que cheguei aonde cheguei", diz. “Quem for podre que se quebre!”, afirmou, por exemplo, sobre o "julgamento popular" que, segundo ela, ocorrerá nas eleições de 2006.
Outra frase célebre foi a resposta dada a Antonio Carlos Magalhães, que espalhou que ela havia votado contra a cassação do senador Luiz Estevão por ter um caso com ele, em maio de 2001. "Luiz Estevão não faz o meu tipo. Homem riquinho e ordinário eu vomito em cima", declarou na época.
Família e rotina
Nas constantes mudanças de endereço e na vida corrida de campanha e ativismo político, Heloisa Helena sempre esteve junto de seus dois filhos: Sacha, hoje com 22 anos, e Ian, 19. Além dos filhos naturais, foi mãe-de-leite de duas crianças, uma delas cega.
Casada por duas vezes, a senadora hoje está solteira. Helena diz que admira o primeiro marido, pai de seus filhos, e mantém o contato com o segundo, já que é madrinha do filho dele com a segunda mulher.
Fora do Congresso Nacional, Heloisa Helena destaca o prazer de ficar em casa com amigos e familiares (Helena mora em um apartamento funcional oferecido aos senadores), costurar suas próprias roupas e cuidar de flores que cultiva. Além dos filhos, moram com ela um gato e um cachorro.
No carro a que tem direito de usar, cedido pelo Senado, é a própria senadora que vai ao volante --ela dispensou o motorista, apesar do pouco tempo que tem para si. Entre outros hábitos está a coleção de imagens de São Francisco de Assis (que ela chama de "São Chiquinho"), um anel de São Miguel Arcanjo que nunca tira da mão e a Bíblia, que sempre carrega consigo.
Popular no Senado e nas ruas, Heloisa Helena seria facilmente reeleita senadora (é campeã de cartas e e-mails no Senado), a exemplo do amigo Eduardo Suplicy (PT). Porém, diz que, apesar do medo da família de que ela entre na disputa presidencial e seja alvo de ataques maldosos, o faria de peito aberto e com "muita alegria". Se perder, diz ela, "volto a dar aula na universidade federal da minha querida Alagoas e a cuidar dos pobres na rede de saúde".
Em novembro de 2005, em eleição livre promovida pela revista Forbes Brasil, foi eleita como a mulher mais influente na política e no legislativo brasileiro. Apesar de combativa, Heloisa Helena diz que se cansa, somatiza o cansaço por lidar com tantas "raposas" da política e adoece. "Mas estou bem, me trato com homeopatia", explica.