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NÚMEROS Roubos e furtos crescem 24% Em SP, um carro some a cada cinco minutos
um carro em São Paulo. Só no ano passado, foram roubados ou furtados 114.197 veículos na capital paulista, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. Esse número representa um crescimento de 24% em relação a 1998. Levantamento do CNVR (Cadastro Nacional de Veículos Roubados) mostra que os modelos preferidos dos ladrões são Volkswagen Gol, Fiat Uno e Fiat Palio. “Eles são de fácil comercialização”, diz Benedito Costa Pimentel, 65, delegado da Divecar (Divisão de Investigação sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas). Os carros mais antigos também são muito furtados. “Os fora de linha são visados pelos desmanches”, conta Maurício Accioly, 52, vice-presidente da Real Seguros. Estratégia O modo de agir dos ladrões depende do destino que será dado ao carro. No caso de roubo, a vítima é abordada e, eventualmente, ameaçada. Em geral, o bandido procura um veículo potente para ser usado em outros crimes. “É comum serem roubados três ou quatros carros de uma só vez”, diz o capitão da Polícia Militar Roberto Alves, 38. Ele afirma que o índice de recuperação de um veículo roubado é alto porque ele é usado apenas como um meio, sendo abandonado em seguida. Dados de fevereiro mostram que, no Estado de São Paulo, esse índice é de 45%, o que dá aos paulistas o 11º lugar no ranking nacional de veículos recuperados. No furto, o ladrão age sem a presença da vítima, em um local sem segurança. Nesse caso, o carro pode ser desmanchado ou ter o chassi adulterado para ser vendido com documentos frios. Para furtar, a ação dos ladrões é mais complexa. Normalmente, são três etapas, até que o carro seja efetivamente levado. Sempre em dupla, eles, dentro de um outro veículo, escolhem o objetivo. Depois de dar uma volta no quarteirão, um bandido abre a porta do carro e parte para mais uma volta. Caso o alarme dispare, ele estará distante. Só na terceira volta o carro é levado. Pimentel revela que um carro pode ser encomendado por valores que vão de R¹ 50 a R¹ 200. Outro destino dos automóveis que são furtados, principalmente os importados de luxo, é o exterior. “São trocados por drogas no Paraguai e na Bolívia”, afirma o delegado da Divecar. Onde ocorrem Os ladrões preferem agir onde há muito movimento e muitos carros, porque a chance de não serem notados é maior. Eles “trabalham” em locais onde sabem que o dono do carro vai demorar para voltar, como nas proximidades de shoppings, hospitais, escolas e universidades. Em São Paulo, o 16º DP (Vila Clementino, zona sudoeste) é o que mais registra furtos. A razão é a proximidade com o hospital São Paulo e com uma unidade da Unip (Universidade Paulista). Já o 35º DP (Jabaquara, zona sudoeste) registra mais casos de roubo. A polícia recomenda que o motorista grave o número do chassi nos vidros e use travas. “Quanto mais obstáculos, melhor”, aconselha o capitão Alves. (JOSÉ AUGUSTO AMORIM) Leia mais: Ladrão é mais rápido que polícia |
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