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DIAGNÓSTICO Para acabar com a violência seriam necessários 55 mil policiais nas ruas de SP Ladrão é mais rápido que polícia
muito rápido”, diz o capitão da PM Roberto Alves. “Eles são bem mais rápidos que nós”, reconhece Benedito Costa Pimentel, da Divecar (Divisão de Investigação sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas). “Se estamos fazendo uma operação em um bairro, atacam em outro.” O crescimento desordenado da capital é apontado como um dos grandes causadores da violência no trânsito. “São Paulo não tem se projetado para o aumento da frota”, lembra Alves, citando a falta de estacionamentos e os constantes congestionamentos como principais características. A cidade de São Paulo é considerada o maior estacionamento a céu aberto da América Latina. São 55 mil ruas. Seria preciso um policial militar por rua para acabar com furtos e roubos. “Eles realmente acabariam, mas seriam usados todos os homens da PM, deixando o resto do Estado desprotegido”, diz Pimentel. Idéias Para Luís Antônio Souza, pesquisador do Núcleo de Violência da USP (Universidade de São Paulo) e doutor em sociologia, a causa de tanta violência é social. “O crime é promessa de mobilidade social. Hoje, a violência no trânsito é grande porque o retorno é rápido, e o risco, menor.” Ele diz que a rua se tornou um lugar inóspito, não apenas um local de passagem. “Carro não é meio de transporte, mas símbolo de status”, afirma. “Segurança se transformou em uma mercadoria: compra quem pode.” O sociólogo aponta como solução para a violência a retomada do espaço público, como aconteceu em algumas grandes cidades norte-americanas e européias. No Brasil, a preferência ainda é pelos locais fechados _que teoricamente oferecem mais segurança_, como os shoppings. O delegado Pimentel diz que é preciso tornar roubos e furtos desinteressantes para que acabem. “Já não é muito lucrativo, mas é preciso diminuir ainda mais o valor de um carro ilegal.” (JAA) Leia mais: Combate ao crime utiliza rondas ostensivas e blitze |
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