Livraria da Folha

 
13/09/2010 - 19h43

Com musa Isabelle Huppert, Chabrol adaptou "Madame Bovary", obra-prima de Flaubert

da Livraria da Folha

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Atriz francesa Isabelle Huppert em cena de "Madamy Bovary", dirigido pelo cineasta Claude Chabrol
Atriz francesa Isabelle Huppert em cena do filme "Madame Bovary" (1991), dirigido pelo cineasta Claude Chabrol
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Romance "Madame Bovary" (1857) é um clássico da literatura mundial
Romance "Madame Bovary" (1857) é um clássico da literatura mundial

Falou Claude Chabrol, falou Isabelle Huppert, musa do cineasta francês, que morreu no último domingo aos 80 anos, em Paris. Ele a dirigiu em filmes como "Madame Bovary" (1991), adaptação cinematográfica do célebre romance do escritor francês Gustave Flaubert (1821-1880), referência no retrato irônico e sarcástico dos ideais pequeno-burgueses de felicidade e ascensão social.

Alguns críticos de cinema consideram o filme de Chabrol, que adora narrativas sobre paixão e violência, como a melhor adaptação do clássico publicado por Flaubert em 1857. As outras foram de Vincente Minelli (1949) e Jean Renoir (1934). Seu trunfo é a atuação contida e enigmática de Isabelle Huppert no papel da protagonista Emma Bovary.

Ao lembrar o problema de adaptações de livros com personagens marcantes como Emma, Inácio Araújo, crítico da Folha, já chamou o filme "Madame Bovary" como "um belo longa injustiçado".

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Este romance de Flaubert teve impacto na cultura ocidental. O sobrenome da heroína virou até verbete de dicionário: "Bovarismo: tendência que certos indivíduos apresentam de fugir da realidade e imaginar para si uma personalidade e condições de vida que não possuem, passando a agir como se as possuíssem".

Para o escritor francês Émile Zola (1840-1902), "Madame Bovary" foi o primeiro dos romances naturalistas porque haveria nele a "reprodução exata da vida, a ausência de todo elemento romanesco".

Sem episódios excitantes, Emma Bovary sofria com uma vida tediosa, solitária, típica de uma cidade provinciana, criando um vazio repleto de conflitos em que a imaginação, o romantismo, era o fiapo que sustentava sua existência. As frustrações nesta rotina de falsas aparências a levam ao suicídio, enquanto o leitor devora apaixonadamente este melodrama clássico.

Por causa do romance, Flaubert foi processado por descrever imoralismos. Mas a defesa conseguiu inocentá-lo, numa época em que eram comuns escritores escandalizarem a sociedade explorando temas considerados tabus ou incômodos às elites.

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"Madame Bovary"
Autor: Gustave Flaubert
Editora: L&PM Editores
Páginas: 336
Quanto: R$ 15,60 (preço promocional, por tempo limitado)
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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