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Ilhabela - A história

da Folha Online

Em 20 de janeiro de 1502, o italiano Américo Vespúcio navegou pela primeira vez nas águas do canal, contratado pela Coroa Portuguesa, batizando a ilha de São Sebastião.

Antes de sua colonização, os índios a chamavam de ilha de Maembipe e tinha importância estratégica. A ilha delimitava as regiões habitadas pelos tupiniquins, ao sul do continente e, pelos tupinambás, ao norte.

Em 1563, os jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega celebraram a primeira missa na ilha. No final do século 16, a região era dominada por piratas franceses, holandeses e, principalmente, pelo corsário inglês Thomas Cavendish, que, segundo uma das lendas da ilha, teria escondido um tesouro na baía de Castelhanos. Cavendish foi o segundo homem a circunavegar a Terra (1586-1588) e utilizou a ilha de São Sebastião como base.

No Natal de 1591, o corsário inglês atacou e pilhou a Vila do Porto de Santos e, pouco depois, ateou fogo na Vila de São Vicente. Foi a presença dos piratas na região, aliás, que desencadeou o início da colonização em Ilhabela. Os portugueses se viram obrigados a proteger as vilas litorâneas e instalaram fortificações na ilha e no continente.

Foi em uma destas fortificações que nasceu a Villa Bella, onde hoje se encontra o centro da cidade. Em 1805, Villa Bella emancipou-se e passou a se chamar Villa Bella da Princesa, em homenagem à Princesa da Beira, fidalga da corte portuguesa.

O ápice econômico de Ilhabela aconteceu na metade do século 19, com o contrabando de escravos que desembarcavam na baía de Castelhanos e eram introduzidos ilegalmente no continente. Nesta época, mais de 30 engenhos de cana-de-açúcar foram construídos.

Mas a escravidão terminou no Brasil e o declínio econômico se abateu sobre Ilhabela. De uma população de quase 20 mil habitantes no final do século 19, a região passou a ter menos de seis mil na década de 1940. Quem permaneceu na ilha, sobreviveu da pesca.

O ressurgimento de Ilhabela ocorreu a partir de 1959, com a inauguração do serviço de "ferryboats" (balsas), ligando a ilha ao continente. Paralelamente ao advento da balsa e das estradas que vieram a ser abertas na ilha, a energia elétrica deu impulso ao desenvolvimento de Ilhabela.

Pescadores
O arquipélago tem a presença de 22 comunidades caiçaras isoladas, cujo acesso a elas somente é possível por meio de embarcações. Auto-sustentadas, essas comunidades vivem da pesca como viviam seus antepassados, sem eletricidade ou telefone.

Seu linguajar e modo de vida são únicos. O café preto, por exemplo, é acompanhado por abacate com farinha de mandioca e é comum o casamento entre integrantes da mesma família.

Naufrágios
Ilhabela é um verdadeiro cemitério de navios e um paraíso para os mergulhadores. Cerca de cem embarcações -entre rebocadores, cargueiros, veleiros antigos, vapores e navios de passageiros- foram a pique nas costas sul e leste da ilha de São Sebastião.

Na Ponta da Pirabura, ao sul da ilha, ocorreu o maior naufrágio da costa brasileira, o do transatlântico espanhol Príncipe de Astúrias, que levava 590 passageiros à Buenos Aires, no Carnaval de 1916. Morreram 477 pessoas. Trazia uma valiosa carga de cobre, chumbo, estanho e estátuas para monumentos na capital argentina.

O primeiro registro de naufrágio na região foi o da embarcação inglesa Dart, movida a vela e vapor, que, em 1894, foi de encontro à costeira da Itaboca, durante nevoeiro. Em 1905, o brasileiro Atílio afundou após se chocar com o veleiro Alttanir, na ponta de Pirabura. No mesmo ano, o navio Vitória encalhava na Laje do Araçá, próximo a São Sebastião.

Em 1908 foi a vez do vapor Velázquez. Com o mar agitado, a embarcação se chocou contra os costões da Ponta da Sela. Dois anos antes, o vapor francês France havia encalhado e ido a pique na Ponta de Piraçununga, e em 1909, outro vapor, o inglês Whator, afundou na Ponta de Sepituba. Há registro de mais 13 naufrágios na região.

A explicação para tantos naufrágios, segundo antigos marinheiros, é a de que os barcos tinham seus instrumentos de navegação alterados por um campo magnético. As embarcações desviavam milhas de suas rotas originais e colidiam com as rochas e lages da ilha.

Alguns atribuem ao erro de rota à interferência do magnetismo das pedras do tipo "magnetita" encontradas na ilha. Para piorar, os navios enfrentavam densos nevoeiros, ventos fortes e formação de ondas de até cinco metros.

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