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Avaliação oculta desigualdade
nas redes municipais de ensino
Apesar da média razoável, muitos estudam em escolas com baixo desempenho
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO
HORIZONTE
A rede municipal de ensino
de Belo Horizonte tem uma
avaliação acima da média nacional. O número, porém, oculta a discrepância que há entre
as escolas Emídio Berutto e
Maria das Neves, ambas na região leste da periferia da cidade.
A primeira está próxima do
padrão de países desenvolvidos. A segunda não chega nem à
média brasileira. Discrepâncias
como essa ocorrem em todo
país, aponta pesquisa inédita
do movimento Todos pela Educação, que reúne empresários,
educadores e gestores.
A constatação é que, ainda
que a rede como um todo tenha
média razoável, muitos alunos
estudam em escolas com baixo
desempenho. Em Belo Horizonte, a diferença entre as notas da melhor e da pior escola é
de 49%; em Vitória, de 51% -as
maiores desigualdades do país.
Como exemplo da diferença,
na capital capixaba o pior colégio teve nota 3,5, e o melhor,
5,3. A meta nacional é 6 (situação semelhante a países desenvolvidos). A média hoje é 4,2.
O estudo analisou a situação
das capitais (1ª a 4ª séries) que
estão acima do desempenho
nacional segundo o Ideb, índice
federal que considera desempenho dos alunos em português e matemática, além das taxas de reprovação e abandono.
A menor discrepância aparece em Boa Vista, com 17%. Em
São Paulo, é de 39%.
Finlândia
Nos países com bons indicadores educacionais, como a
Finlândia, quase não há diferença entre escolas, aponta o
estudo. "A garantia a uma educação de qualidade deve ser para todos, independentemente
de qualquer aspecto", afirma o
texto do Todos pela Educação.
"Muitos secretários, ao verem uma média razoável, se
acomodam e não analisam a situação individual das escolas. É
preciso reduzir o apartheid que
existe dentro das próprias redes", diz o presidente-executivo
do movimento, Mozart Neves.
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