MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sempre que pensa em colocar a mão no bolso, o jovem que consome está sujeito a armadilhas. O Procon de São Paulo, juntamente com outras entidades ligadas à defesa do consumidor, reuniu problemas comuns e criou o "Manual do Jovem Consumidor", com dicas sobre os direitos desse público.
Os abusos podem acontecer principalmente em instituições de ensino. Escolas, por exemplo, não podem cobrar multas por atraso com valor superior a 2% da mensalidade. Os cursos de línguas ou informática também apresentam problemas. Alguns oferecem descontos, mas compensam isso com os altos preços do material didático.
Já nas casas noturnas, a consumação mínima é proibida, e a cobrança de couvert artístico tem de ser claramente informada.
De acordo com o diretor-executivo do Procon-SP, Roberto Pfeiffer, o jovem é vulnerável pois tende a consumir por modismo. E, para impulsioná-lo a isso, o mercado cria facilidades. "Têm sido criados cartões de crédito jovem, cartões universitários. Tudo para fidelizar esse público, que é ainda bastante perseguido por iniciativas de marketing, propaganda", diz.
A prova de que esse consumidor enfrenta problemas está em dados de reclamações feitas ao Procon. Os jovens de até 29 anos fizeram 18% das denúncias entre 2009 e 2010, ficando à frente de pessoas com idade entre 50 e 60 anos, por exemplo -17%.
Segundo o serviço de proteção ao crédito SCPC, os jovens até 20 anos representavam 8% dos devedores em março deste ano.
De acordo com o Procon, o manual utiliza de certa forma a mesma linguagem da propaganda para atrair o jovem, com ilustrações, textos curtos e informações de serviço.
A publicação será lançada neste sábado e estará disponível nas bibliotecas do Estado e nos sites www.juventude.sp.gov.br e www.procon.sp.gov.br.


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