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Após 2 anos, nova marginal ainda tem problemas

Há trechos escuros e sem sinalização

DE SÃO PAULO

Dois anos após a ampliação da marginal Tietê, a via ainda tem problemas de iluminação. A obra custou R$ 1,75 bilhão e foi feita pela Dersa (empresa estatal).

A Folha percorreu seus dois sentidos ontem, com 23,5 km cada, e contou 744 lâmpadas apagadas. Há trechos muito escuros, como próximo às pontes estaiada, Imigrante Nordestino e da Casa Verde.

"Não consigo enxergar as placas e, quando vejo, já estou em cima da saída", diz Adriano Pereira, 34.

O Departamento de Iluminação Pública da prefeitura disse que faz vistorias rotineiras e tenta coibir a ação de vândalos e furtos de cabos.

Há dois anos, a CET divulgava que a ampliação da marginal e a alça sul do Rodoanel melhorariam o trânsito de 12% a 15% na cidade toda.

Tabulação feita pela Folha a partir das médias das máximas de congestionamento nos dias úteis dos meses de março de 2010, 2011 e 2012 mostra uma melhoria de apenas 3,8% no horário do pico da manhã, de 2010 para 2012.

No pico da tarde, a melhora foi de 15% no período.

O especialista em trânsito Sergio Ejzenberg, porém, observa que a média de 127 km de lentidão, registrada em 2010, caiu para 98 km, em 2011, mas voltou a subir para 108 km neste ano -apesar da restrição a caminhões em vigor desde o dia 5 de março.

"Aquilo que foi dito está se comprovando: era uma obra com prazo de validade." Ele também critica o corte das árvores, que colabora para a formação de "ilhas de calor".

Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, faltam 25.722 árvores das 150.600 exigidas -a Dersa promete plantá-las em um mês.

A reportagem identificou ainda problemas de sinalização, como falta de placas para acessos, confusão entre faixas antigas e novas e falta de pintura em trechos.

O Ministério Público cobra da Dersa correções na sinalização desde 2010. O pagamento de multa de R$ 11,8 milhões por descumprimento está pendente na Justiça. Desde aquela época, a Dersa diz que cumpriu o acordo.

"Tanto não cumpriu que entrei com execução da multa", rebate a procuradora Maria Amelia Pereira, que instaurou inquérito na época.

(ANDRÉ MONTEIRO, CRISTINA MORENO DE CASTRO E REYNALDO TUROLLO JR.)

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