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Análise

Temor é que país vire uma Grécia, com paralisações quase diárias

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE SÃO PAULO

A Espanha será a nova Grécia, onde greves e manifestações contra a política de corte de gastos públicos se tornaram rotina?

As imagens da greve geral de ontem, com confrontos entre manifestantes e a polícia, aumentam o temor dos que acreditam que sim.

Foi a primeira grande paralisação contra o governo de Mariano Rajoy, do direitista Partido Popular.

Antes de sua posse, em dezembro, muitos já davam como certo que ele enfrentaria muito mais greves que seu antecessor, José Luis Zapatero, do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol).

Não só por razões econômicas, mas pela ligação dos sindicatos com os socialistas.

Claro que não ajudaram as medidas do governo que tiram benefícios dos empregados. A principal delas reduz de 45 para 33 dias de indenização, para cada ano trabalhado, quando da demissão.

Para o governo, o corte de direitos trabalhistas dará força para a criação de empregos. Para os sindicatos, haverá mais demissões.

Também não ajudarão os novos cortes que serão anunciados hoje na proposta de Orçamento para 2012.

A expectativa é obter € 17 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) com redução de gastos e aumento de impostos.

É preciso lembrar que Rajoy não iludiu ninguém.

Antes das eleições de novembro, já dizia que haveria reforma nas leis trabalhistas e que todos seriam afetados pela política de cortes.

As medidas foram acertadas com a UE (União Europeia), que exige que a Espanha reduza seu deficit público e equacione sua dívida.

Sem isso, diz a UE, o país não escapará do destino de Irlanda, Portugal e Grécia, que tiveram de recorrer a empréstimos externos para fechar suas contas.

O problema é que a economia espanhola (cerca de R$ 2,6 trilhões) equivale ao dobro das de Irlanda, Portugal e Grécia somadas.

Ou seja, é um país bem mais difícil de socorrer.

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