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Paralisação sofre resistência de parte dos espanhóis

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MADRI

A convocação de uma greve geral em um momento de crise econômica dividiu ontem os espanhóis. Embora a reforma trabalhista tenha rejeição da maioria dos moradores do país, parte deles se declarava contra a paralisação e tentava coibir a greve.

"Não acho que seja o melhor momento para fazermos uma greve neste país. É o momento de trabalhar", disse o bancário Angel González, 46, que não aderiu à greve.

No País Basco, trabalhadores de bares e grevistas se enfrentaram por discordar da necessidade da greve, e duas pessoas ficaram feridas.

"Entendo que o país precisa produzir. Mas também precisamos lutar por um futuro que já não temos. Além de aumentar o desemprego, essa reforma vai dificultar a nossa aposentadoria", disse o engenheiro desempregado Juan Jiménez, 26.

Um estudo da Fundación Ideas, vinculada ao Partido Socialista Operário Espanhol, estima que a reforma, ao facilitar as demissões e flexibilizar contratos de trabalho, vai fazer o total de desempregados crescer para 6 milhões e o PIB cair 2,2%, mais que a contração de 1,7% já prevista pelo governo para 2012.

Com exceção dos momentos de protesto no fim do dia, as ruas do centro de Madri estavam atipicamente silenciosas ontem. Parte do comércio, voltado ao turismo, não abriu as portas.

"Não sabíamos da greve, mas é bom para conhecer outro lado do país", disse a turista irlandesa Naomi Ellis, 18, que passeava ontem pela Porta do Sol, no centro de Madri, quando uma das manifestações chegava à praça.

A quantidade de lixo nas ruas foi o principal indicador da greve, que teve adesão total dos serviços de limpeza e coleta. As calçadas ficaram cheias de caixas, papéis e sacos plásticos até o início da noite.

Hoje, todos os serviços têm previsão de voltar ao normal no país.

(LB)

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