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UE rejeita abertura parcial da Turquia
Ancara anuncia que abrira só um porto e um aeroporto ao tráfego com Chipre, mas europeus rejeitam discriminação
Turquia não reconhece a
parte de Chipre sob controle
etnicamente grego; UE pode
usar fato para congelar
negociação de acesso turco
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
O governo turco procurou
ontem fazer uma concessão à
União Européia, abrindo apenas um de seus portos e um aeroporto a embarcações e aeronaves do Chipre. Quis, com isso, destravar seu processo de
adesão ao bloco.
Mas a UE considerou o gesto
"insuficiente", segundo o ministro finlandês das Relações
Exteriores, Erkki Tuomioja. A
Finlândia ocupa agora a presidência rotativa da UE.
Para o ministro, a Turquia
deve abrir todos seus portos e
aeroportos a aviões e navios de
todos os países-membros. Chipre pertence à União Européia,
embora não seja reconhecido
pelo governo de Ancara, em razão de seu litígio histórico com
a maioria etnicamente grega da
pequena República insular.
De início o Conselho Europeu, órgão de gestão dos assuntos correntes da UE, anunciou
que procuraria esclarecimentos do governo turco sobre a
oferta. A Turquia domina militarmente o terço norte da ilha
de Chipre, habitada por turcos
étnicos e cujo governo ela é a
única a reconhecer.
Ancara sempre condicionou
o acesso das embarcações cipriotas a uma abertura da área,
que atualmente está bloqueada
para o acesso de navios e aviões
de outros países.
"Se a Turquia estiver pronta
para um movimento incondicional, será um passo positivo
que influenciará as discussões
do conselho sobre a continuidade das negociações de acesso
do país à UE", disse o ministro
finlandês à Reuters.
Chipre não levou a proposta
turca a sério. "É uma tentativa
premeditada de impressionar,
é uma zombaria à União Européia", disse o ministro do Exterior cipriota, George Lillikas.
O governo da ilha afirmou
ainda que não concordaria com
uma abertura dos portos e aeroportos da região dominada
pelos turcos ao tráfego internacional. "Não há chance de consentirmos isso, porque seria
um reconhecimento indireto
de um pseudo-Estado", afirmou o porta-voz cipriota,
Christodoulos Pashiardis.
A resistência da Turquia à
abertura comercial a Chipre fez
com que a Comissão Européia
recomendasse, na semana passada, a paralisação de oito dos
35 capítulos em que se dividem
as complexas negociações de
acesso daquele país ao bloco.
Os ministros do Exterior dos
países-membros da UE devem
avaliar a situação turca na próxima segunda-feira. Os governantes dos países europeus tomarão uma decisão sobre um
eventual congelamento do
acesso da Turquia à UE em reunião nos próximos dias 14 e 15
de dezembro.
França e Alemanha querem
que o país islâmico se associe a
UE em vez de fazer parte do
bloco. Mas o Reino Unido defende sua adesão, mesmo com a
quebra da hegemonia cristã.
Com agências internacionais
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