CINEMA

Cafuné

Estréia de Bruno Vianna tem visão original

Ricardo Calil

"Cafuné" traz algumas inovações interessantes ao cinema brasileiro. Dirigido pelo estreante em longas Bruno Vianna (do belo curta "Geraldo Voador"), o filme é o primeiro nacional a ser distribuído em duas versões com finais diferentes e a ter lançamento simultâneo nas salas de cinema e na internet (a cópia eletrônica poderá ser reeditada por quem baixá-la).

Com tantas novidades, "Cafuné" -realizado em vídeo digital, com poucos recursos- desperta mais expectativas que um filme comum. Mas seu conteúdo só cumpre em parte as promessas de criatividade despertadas por seu lançamento.

A trama mostra o namoro entre Débora (Priscilla Assum), garota de classe média, e Marquinhos (Lúcio Andrey), rapaz do morro, no Rio de Janeiro. Ao tema batido, o cineasta oferece um olhar original ao falar dos ritos amorosos de uma nova relação.

"Cafuné", porém, se perde quando tira o foco do casal e se arrisca a montar um painel social mais amplo. Mas o frescor de algumas cenas -em especial as de humor nonsense- indica o surgimento de uma voz original no cinema brasileiro. É mais do que boa parte dos filmes nacionais têm oferecido ultimamente.