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Jamie Cullum

Sinatra moderninho atiça a crítica com jazz pop

Adriana Küchler

Quatro milhões de CDs vendidos no mundo todo em tempos de download, indicação para o Grammy, três apresentações para a rainha da Inglaterra, música na trilha sonora da novela das oito. O currículo de Jamie Cullum é de fazer brotar caretas nas caras de muitos críticos de música que têm medo do pop ou que tendem a achar que sucesso e qualidade não se bicam.

Se os fãs derem sorte, esses críticos não estarão na próxima terça (dia 5) no Via Funchal, onde o pianista, cantor e compositor inglês desfila pela primeira vez na cidade o seu jazz pop em show que integra sua miniturnê brasileira.

Beckham do jazz ou Sinatra de tênis, o moderninho Cullum, 26, é acusado de mastigar que nem chiclete o jazz para as massas. A acusação procede, até certo ponto, já que, por meio de seus CDs, muita gente acaba conhecendo clássicos como "I Get a Kick Out of You" e "What a Difference a Day Made". Mas o réu costuma se defender argumentando que gosta de misturar estilos, não para tor nar a música acessível, mas porque o jazz dá base para um músico fazer o que quiser.

Levando o argumento ao pé da letra, o garoto -que perdeu a formatura da faculdade para sair em turnê- transformou em pop jazz "Wind Cries Mary", de Jimi Hendrix, e "Lover, You Should Have Come Over", de Jeff Buckley. As ousadias estão em "Twentysomething" (2003), seu segundo CD -aquele que vendeu mais de dois milhões de cópias. O disco seguinte, "Catching Tales" (2005), ainda está na marca de um milhão. Com os três integrantes de sua banda, Cullum deve tocar principalmente músicas dos dois discos, mas seu site informa que ele anda arranhando uma canção em português. Talvez por provocação, o menino prodígio convidou Maria Rita para uma participação especial no show.

Via Funchal (r. Funchal, 65, Vila Olímpia, região oeste, tel. 3089-6999). 3.071 lugares. Ter.: 21h30. Ingr.: R$ 100 a R$ 350 (p/ estudantes: R$ 50 a R$ 175). CC: D, M e V. Estac. (R$ 10). Ingr. p/ tel. 3897-4456. A D T