CINEMA

Katyn

Wajda retoma ação soviética contra poloneses

Sérgio Rizzo

A ascensão do sindicato Solidariedade e do líder Lech Walesa (que depois seria eleito presidente) contribuiu também, nos anos 70, para ampliar o público do polonês Andrzej Wajda, graças aos politizados "O Homem de Mármore" (1977) e "O Homem de Ferro" (1981).

"Katyn" (2007) retoma o espírito de filme-denúncia, com o domínio soviético da Polônia como alvo. O título se refere ao local onde ocorreu um massacre de oficiais poloneses capturados pelo Exército da extinta URSS, em uma das primeiras ações da Segunda Guerra, em 1939.

Indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2008 (perdeu para o austríaco "Os Falsá rios", ainda inédito no Brasil), Wajda reconstitui o episódio da perspectiva das famílias das vítimas, que lutaram primeiro contra os invasores nazistas e, depois, contra a disposição stalinista de atribuir aos alemães a responsabilidade pelo massacre.

Ao final, o filme promove dolorosa e impactante homenagem à memória dos oficiais. Wajda retorna também aos cinemas da cidade com a exibição (em DVD) do vigoroso "Terra Prometida" (1975), sobre o capitalismo polonês no início do século 20, em mostra do CCBB .

Não recomendado para menores de 14 anos.