Fotógrafo chileno faz série que mostra São Paulo sem foco

Waldo Bravo, 53, é fotógrafo, mas a última coisa que ele quer é revelar São Paulo. Para esse chileno que adotou a cidade há 30 anos, os cenários paulistanos chamam mais atenção quando estão fora de foco.
Em seus registros da metrópole não há detalhes, apenas vultos.

A culpa não é dos seus três graus de miopia. Muito pelo contrário, é do excesso de imagens que ele vê todos os dias, explica. "Sofremos um bombardeio visual diariamente. E quando as imagens são oferecidas de uma forma convencional, nem sempre são percebidas."

A falta de foco também não significa a inexistência de método para fotografar. "Nem sempre os bons cenários rendem fotos bonitas. Procuro locais que tenham aspectos arquitetônicos ou cromáticos diferentes, luz e contraste", diz o chileno. "O claro e escuro tornam mais interessantes os volumes da metrópole."

Há oito anos, ele sai de casa com uma máquina fotográfica todos os dias, seja ela amadora ou profissional. "Quando uso a pequena, ela vai acoplada ao cinto", diz.

Seu olhar sobre a cidade já rendeu um outro projeto. Em 2004, ele fez a intervenção "Recortes urbanos", na qual era colocado em um outdoor uma fotografia exatamente do mesmo local que estava atrás do painel. Para ele, os trabalhos faziam uma espécie de "uma restauração poética da paisagem urbana".

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