Obras de Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Lygia Clark, Channa Horwitz e Rivane Neuenschwander, entre outros artistas, tomam lugar em São Paulo. Trata-se da exposição "Do Objeto para o Mundo - Coleção Inhotim", em cartaz no Itaú Cultural a partir desta quinta (2).
Primeira mostra itinerante do instituto de arte mineiro, o evento reúne mais de 50 obras de 29 artistas, entre vídeos, instalações e esculturas, que fazem um recorte da arte contemporânea a partir do neoconcretismo, nos anos 1950.
As obras estarão divididas em seis núcleos. Entre elas, a instalação "Límite de una Proyeccíon 1 (1967)", do argentino David Lamelas, e a projeção "The U.S.A. Freestyle Disco Contest (1979/2003), do americano Michel Smith. Ambos participam de um bate-papo na abertura do evento, às 20h.
Para quem espera encontrar as grandes instalações do Inhotim, vale a dica: "A exposição não pretende substituir a experiência do acervo permanente. É uma releitura, um recorte que nunca foi exposto", ressalta Rodrigo Moura, curador da mostra e diretor do instituto.
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LEIA A ENTREVISTA COM RODRIGO MOURA:
sãopaulo - Como foi o processo de criação da mostra itinerante?
Rodrido Moura - Acho que o processo de criação não é divorciado da povoação do acervo. Temos montado, há pouco mais de dez anos, um conjunto amplo. O trabalho curatorial de Inhotim é identificado pelo público por grandes instalações e obras de escala. Por isso, desde o começo, achamos que seria importante pensar também em obras pré-existentes em nosso instituto e que tivessem um recorte histórico —um conjunto seleto de obras do período dos anos 1950 em diante, e que contassem a história da arte contemporânea.
Foi preciso fazer alguma adaptação para trazer a exposição a SP?
Algumas. No Palácio das Artes, em Belo Horizonte, havia um segmento da exposição dividido em quatro salas. No Itaú Cultural, esse módulo está inteirio. Também vieram obras que não haviam sido expostas em BH [como a instalação "Límite de una Proyeccíon I" (1967), do argentino David Lamelas, e a projeção "The U.S.A. Freestyle Disco Contest" (1979/2003) do americano Michel Smith], criando uma montagem específica para o Itaú.
Houve a preocupação de manter a aura do espaço e das grandes instalações do Inhotim?
A mostra itinerante não pretende ser uma substituição à experiência do Inhotim, de forma alguma. É um recorte do acervo que nunca foi exposto, uma releitura. Ela oferece ao expectador interessado uma possibilidade de ver o Inhotim com olhar renovado, de maneira complementar.