Em 1975, foi publicada na imprensa uma foto que mostrava o corpo de Vladimir Herzog pendurado com uma corda no pescoço nas dependências do DOI-Codi. O órgão de repressão da ditadura militar (1964-1985) o apresentava como suicida. As evidências na imagem, registrada pela polícia, reforçaram que a tese era uma farsa e ajudaram a enfraquecer a linha dura do regime.
No sábado (15), 40 anos depois, a orquestra Bachiana Filarmônica Sesi-SP é conduzida pelo maestro João Carlos Martins, na Sala São Paulo, em um concerto-homenagem à memória de Vlado -como o jornalista era carinhosamente chamado pelos amigos.
O espetáculo, que também celebra a data que assinalou o início da derrocada do governo militar, começa com uma declamação de Fernanda Montenegro. A atriz vai ler um texto escrito pela jornalista Miriam Leitão, torturada durante a ditadura. Questionada, a produção explica que o discurso em defesa da liberdade de expressão e da democracia ainda não está pronto e será apresentado à imprensa apenas antes do tributo musical.
A sequência prevê o Hino Nacional brasileiro cantado por crianças da Fundação Cafú. Para dar seguimento, a Bachiana Filarmônica conta com o pianista Robert Levin, professor de Humanidades na Universidade de Harvard, e com sua mulher Ya-Fei Chuang Levin, também ao piano, como solistas.
Estão inclusas no programa as peças "Concerto Nº 1", de Liszt, "Concerto para Piano e Orquestra Nº 1", de Mendelssohn, "Libertango", de Astor Piazzolla, e "2º Movimento do Concerto Imperador", de Beethoven.
A última é "A Lista de Schindler", de John Williams, em que o solo é do jovem violinista Guido Santana, de dez anos. Já no bis, para encerrar levantando o público, a escolhida é "Trem das Onze", de Adoniran Barbosa.
Sala São Paulo. Pça. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, região central, tel. 3223-3966. 1.484 lugares. Sáb. (15): 21h. 90 min. 10 anos. Ingr.: R$ 25 e R$ 50 (estudante: R$ 12,50 e R$ 25). Estac. (R$ 23, na r. Mauá, 51 - convênio).