Academias ao ar livre ajudam a atrair amigos e a retardar envelhecimento

"Machuquei meu joelho no mesmo mês e do mesmo jeito que o Alan Kardec [jogador do São Paulo]. Como pedalei aqui, já me recuperei. Ele ainda está fora do time", brinca Adriano Aguiar, 71, enquanto mexe os pedais de um dos aparelhos voltados para a terceira idade instalados no parque da Água Branca, na zona oeste.

Equipamentos como simuladores de pedalada, de caminhada e de esqui foram espalhados por parques e praças da cidade nos últimos cinco anos. Chamados de ATI (Academia da Terceira Idade), permitem realizar exercícios leves, mas que fazem diferença.

"Ao se exercitar, o idoso consegue diminuir a velocidade da perda de massa muscular e de densidade óssea gerada pelo envelhecimento", diz Marcos Larizzatti, professor de Educação Física do Mackenzie.

Ele destaca também a melhora da capacidade pulmonar e a maior resistência a quedas. "Com o músculo forte, o idoso tem mais equilíbrio e consegue se apoiar ao cair."

Outros pontos positivos são o contato com a natureza e a socialização com pessoas da mesma idade. Nas academias tradicionais, prevalece o público jovem, que tem objetivos e comportamento diferentes. "Gosto de fazer as coisas no meu ritmo e ser independente", comenta Terezinha Monteiro, 85, que frequenta uma ATI diariamente há quatro anos. "Não tenho nenhuma doença de velho", ri.

"Minhas dores da artrite melhoraram 80% ao combinar os exercícios com um remédio natural", conta Georgina Oliveira, 71, que também faz alongamento três vezes por semana.

A implantação das ATIs ganhou força por terem instalação simples e baixo custo. Um kit com seis aparelhos sai a partir de R$ 7.900, valor próximo ao de um playground infantil.

A ideia foi trazida da China em 2006 pelo então prefeito de Maringá (PR), Sílvio Barros, que contratou uma metalúrgica do município, a Ziober, para produzir os equipamentos para sua cidade. "Hoje as academias são o principal negócio da empresa. Vendemos para todo o Brasil e temos encomendas do Chile", diz Roderval dos Santos, coordenador comercial da Ziober, que patenteou o desenho dos aparelhos e já comercializou mais de 10 mil unidades.

A Prefeitura de São Paulo não informou quantas ATIs há na capital, mas disse, por nota, que os idosos usam esses equipamentos com mais frequência no começo da manhã e no fim da tarde, quando o sol está mais baixo.

Como muitas vezes são coloridos, esses aparelhos atraem a atenção das crianças. Para atendê-las, já foi criada a Academia da Primeira Idade, com simuladores variados para maiores de cinco anos.

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COMO COMEÇAR

  • Comece indo um dia sim e outro não no primeiro mês. Aos poucos, a frequência pode ser aumentada para 4 ou 5 vezes por semana.
  • Quem busca emagrecer tem resultados melhores se fizer exercícios todos os dias.
  • A soma dos exercícios deve durar ao menos 30 minutos. Além dos aparelhos, esse tempo pode incluir caminhada.

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PRECAUÇÕES

  • Tenha cuidado com o sol. A pele dos idosos tem menor capacidade de regeneração.
  • Beba bastante água. Os idosos possuem menos água no corpo e podem se desidratar mais facilmente.
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