Durante um mochilão em que percorreu vários países europeus, Renato Rotta teve uma experiência tão desagradável quanto comum entre viajantes. Sua bagagem de mais de
30 kg se rompeu, obrigando-o a carregar todo o peso pelas ruas de uma cidadezinha da Sicília, na Itália. "Pensei: Nunca mais farei isso comigo."
O episódio foi em 2012, dois anos antes de Rotta se tornar gerente de marketing da Samsonite Brasil. Hoje, ele ri da cilada em que caiu e aproveita a deixa para emendar o lema da companhia: "Nosso desafio é fazer com que o cliente adquira sua primeira Samsonite. Depois, ele não vai querer saber de outra".
Líder isolada, a fabricante de malas e acessórios de viagem foi eleita a melhor por 14% dos entrevistados pelo Datafolha. Na pesquisa, a marca obteve seus índices mais altos entre a classe A (26%) e pessoas de 41 anos ou mais (22%).
Fundada em 1910 pelos irmãos Schwayder, no Colorado (EUA), a Samsonite começou com dez funcionários treinados para produzir malas ultrarresistenses para longas jornadas. Mais de cem anos depois, a marca dos Schwayder, hoje com 100% de capital aberto, está presente em cerca de cem países, com fábricas no Sudeste Asiático e na Bélgica.
A resistência das malas continua sendo uma obsessão -afinal, seu nome remete à força de Sansão (Samson, em inglês). Só os zíperes dos produtos são testados 10 mil vezes.
Em São Paulo, em três anos, foram abertas nove unidades: cinco em shoppings -quatro na capital e uma em Campinas- e quatro outlets (Higienópolis, Moema, Jardins e Itaim). Nos endereços de rua, é possível encontrar peças com até 40% de desconto em itens descontinuados. Além das lojas próprias, há e-commerce e cerca de 1.500 pontos de venda no país.
Quem compra aqui tem peculiaridades. O brasileiro prefere tons sóbrios aos berrantes, e foscos aos brilhantes. "Muito parecido com o gosto do europeu", diz Rotta. O cliente também quer leveza, outra preocupação da empresa.
Sobre os preços, se em 2012 era possível comprar três Samsonite nos EUA pelo preço de uma no Brasil, o galope do dólar mudou o cenário. No início deste mês (1º/8), uma mala Firelite 28" saía por US$ 565 (R$ 1.917) no site americano, e o e-commerce brasileiro a vendia por R$ 1.790.