Multimídia, Memorial da Imigração Judaica abre nesta semana

"O judeu é um eterno imigrante", diz Julian Gartner, 91, com conhecimento de causa: de 1943 a 1945, o polonês passou por quatro campos de concentração nazistas e viveu na Itália e na França no pós-guerra, antes de chegar ao Brasil, em 1947.

Junto da reportagem, ele visitou pela primeira vez o Memorial da Imigração Judaica -que reúne histórias de imigrantes e detalha costumes dos judeus- antes da sua inauguração, agendada para quarta (24). "Um espaço como esse é importante porque o futuro depende do passado", defende Gartner.

Multimídia, o memorial divide o térreo com a sinagoga Kehilat Israel (a primeira do Estado) e ocupa também o segundo andar e o subsolo.

Neste, além de lanchonete e de livraria, há um painel que exibe ilustrações e biografias de nomes como Manoel Tabacow Hidal, idealizador do hospital Albert Einsten.

Mas é no segundo andar que está a maioria das atrações. Destacam-se: o diário de viagem de Henrique Sam Mindlin, escrito em 1908, quando ele, integrante da famosa família, tinha 11 anos; vídeos sobre nascimento, morte e casamento -dá para quebrar uma taça virtual; a tela interativa que permite encontrar antepassados; e uma mesa cujas receitas (imagens projetadas) mudam conforme as cerimônias -shabat, Rosh Hashaná e Pessach.

O apelo tecnológico tem explicação. "Queríamos um memorial voltado aos jovens. Nossa função é mostrar a contribuição dos judeus para o Brasil e que somos agradecidos ao país por ter nos recebido tão bem", diz o escritor, cineasta e membro do conselho curador Marcio Pitliuk. Ele é também o diretor do documentário sobre a vida de Gartner, "Sobrevivi ao Holocausto".

Um terceiro andar, previsto para 2017, será dedicado ao genocídio.

Sinagoga da Comunidade Israelita. R. da Graça, 160, Jardim Apuana, região central, tel. 3663-2838. 40 pessoas. Seg. a sex.: 10h às 17h. Abertura: 24/2. 14 anos. GRÁTIS

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