Nova peça de Gabriel Villela cita cicatrizes sociais da América Latina

Na peça "Rainhas do Orinoco", as artistas Mina (Walderez de Barros) e Fifi (Luciana Carnieli) partem em uma viagem pelo rio Orinoco. Durante o trajeto realizado em um barco, as duas cantam e representam seus amores e sonhos.

Ambas se dizem atrizes, mas são de tudo: de coristas a strippers. Mina, mais velha e experiente, encara as realidades da profissão, enquanto Fifi é pura e sonhadora.

"São personagens que vivem sobre a água uma chamada 'tragédia anfíbia', que também é uma comédia anfíbia, pois há momentos engraçados", comenta Gabriel Villela, diretor da montagem em cartaz desde sexta (13), no Teatro Vivo.

Dando seguimento a sua pesquisa de arte popular e palhaçaria, Villela, responsável por encenações como "A Tempestade", de William Shakespeare, cria um espetáculo de "arte ingênua", segundo o próprio.

Nele, a música ao vivo tem um papel fundamental. As canções do texto original do mexicano Emilio Carballido são substituídas, sobretudo, pelas da dupla Cascatinha e Inhana —mais próximas da cultura brasileira."Também há alguns poemas que estendem o pensamento para a dor anônima e coletiva do povo latino-americano", diz Villela.

Para o diretor, a obra ilustra uma tentativa de sobrevivência individual no grotão da América Latina.

Teatro Vivo. Av. Dr. Chucri Zaidan, 860, Morumbi, região sul, tel. 97420-1520. 290 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 18h. Até 3/7. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 50 a R$ 80. Valet (R$ 25).

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