Rede Fridays volta ao Brasil com jeitão de sports bar, filas e planos para crescer

Não era sexta-feira nem hora do almoço ainda, e já tinha gente na porta esperando. No dia da inauguração da primeira unidade do Fridays, que retornou ao Brasil neste ano, debaixo do sol, alguns clientes já anunciavam que o negócio ia ser agitado.

"Isso é a expectativa das pessoas, a marca deixou saudade, e ter que lidar com isso é um desafio", diz Claudio Nunes, do grupo Bar, que trouxe a rede de volta ao Brasil.

Tanta expectativa que, na primeira sexta-feira (27/1), a espera chegou a quatro horas na casa do Itaim Bibi. E aí, bom, vieram alguns percalços. Nas redes sociais e em sites de avaliação clientes reclamaram, principalmente da demora na entrega dos pratos. "A primeira semana foi trágica para a cozinha", contou um funcionário.

"Tivemos muitas críticas. Por ser abertura, isso é comum. Mas com o Fridays você acaba lidando com o lúdico", diz Nunes. Apesar disso, uma semana depois, já no começo da noite, engravatados, casais e famílias completas esperavam 1h40 para sentar.

Talvez sintam saudades dos aniversários comemorados por lá nos anos 1990, com entusiasmados "parabéns" cantados pela equipe, do descontraído serviço (naquela época inusitado), de garçons ajoelhados ao lado do comensal discutindo pedidos ou das sobremesas enormes divididas no centro da mesa.

A rede, que esteve no Brasil de 1995 a 2010 com sete unidades, partiu, dizem, por problemas administrativos causados pelo antigo franqueado. Para o grupo, com experiência em baladas e bares (como Brexó e Biri Nait), o histórico não pareceu impeditivo para trazer novamente o Fridays para o Brasil. "É uma marca inquestionável, fez história", diz Nunes. No mundo, são hoje 903 unidades.

E, nesse retorno, a casa veio com um jeitão diferente, de bar de esporte —pelos 1.200 m² há 40 televisores espalhados. "Nos Estados Unidos, o Fridays é um 'bar do bairro', em que o cara vai assistir a um jogo. A gente deu uma 'hypada', com mais telas, e traz para a América Latina um 'sports bar', o que era uma lacuna." Há música alta e longa carta de drinques (da qual salta um martíni com algodão-doce cor-de-rosa que se dissolve em vodca, por R$ 22,90). "Queremos que as pessoas venham pra beber. Não é só um restaurante concorrente do Outback. É um destino, não um lugar para comer antes de outro programa."

No cardápio, é difícil encontrar receitas que não sejam fritas e pratos que não sejam enormes. E é tudo bem americano.

As batatas twisters são cortadas em espiral e recebem queijo picante, pico de gallo e creme azedo (R$ 44,95). O cheesebúrguer tem um pedaço de mozarela empanada, cheddar e bacon (R$ 39,95). A costela de porco é servida com molho Jack Daniel's e batatas fritas (R$ 59,95). "Comida e bebida indulgentes. Não é um cardápio vegano, você vai para se acabar", diz Nunes.

O plano, claro, é crescer. Chegar a 50 unidades em dez anos —ainda este semestre, uma deve ser aberta no aeroporto de Guarulhos.

Fridays. Av. Cidade Jardim, 56, Itaim Bibi, tel. 3062-9425. Dom. a qua., das 12h à 0h. Qui. a sáb., das 12h às 2h

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