Bike Sampa anuncia novas bicicletas e forma de pagamento, mas esbarra em falta de contrato

O Itaú anunciou nesta quinta-feira (8) mudanças nos serviços de empréstimo de bicicletas que opera. A ideia é trocar veículos, instalar estações de empréstimo mais modernas e ampliar as formas de pagamento.

Inicialmente, as novidades devem chegar a Porto Alegre (RS), a Recife (PE) e a Salvador (BA). A capital paulista, entretanto, deve ficar de fora, pois tudo depende da possível assinatura de um convênio. Há dois anos, o Bike Sampa funciona com base em um contrato temporário.

O modelo que a empresa quer levar às ruas é mais robusto que o atual e ligeiramente mais leve. A principal novidade são luzes, na frente e atrás, alimentadas pelo movimento dos pedais. Há ainda um suporte para cargas um pouco maior, que permite prender uma mochila grande com elásticos, por exemplo. A versão segue com três marchas e tem um novo sistema de freios, chamado rollerbrake.

A forma de liberação das bicicletas também mudará. Será possível fazer o empréstimo utilizando o cartão bancário ou um bilhete específico para isso. Com isso, não será mais preciso ter cartão de crédito para usar o sistema. "Haverá pontos de venda de passes, com pagamento em dinheiro", diz Tomás Martins, CEO da Tembici, empresa que substituiu a Serttel na operação dos sistemas.

Há também planos de mudança na periferia: a ideia é liberar empréstimos por até 12 horas nessa região, ainda não atendida pelo compartilhamento de bicicletas. "Nesses bairros, é comum que o usuário use a bicicleta para ir de casa até uma estação de trem ou terminal de ônibus e vice-versa. Assim, ele poderá levar a bike pra casa e depois devolver no dia seguinte", afirma Martins.

O sistema será unificado entre as cidades: o cadastro em uma valerá para todos.

DOIS ANOS

As alterações serão feitas primeiro nas cidades onde os convênios estão válidos. Em São Paulo e Rio, onde os contratos estão em negociação, será preciso primeiro fechar os novos convênios. "Apresentamos o novo modelo para os municípios. As novas bicicletas serão implantadas conforme os termos forem renovados", diz Luciana Nicola, superintendente de Relações Governamentais do Itaú.

A questão jurídica do sistema de bicicletas de São Paulo segue travada há dois anos. Criado em 2012, o Bike Sampa teve seu contrato inicial de três anos encerrado em 2015. Desde então, o serviço opera com um termo provisório, o que não permite ampliações do sistema nem mudanças nas estações.

A prefeitura tentou abrir concorrências públicas duas vezes para definir qual empresa assumiria o sistema, mas ambas foram suspensas a pedido do TCM (Tribunal de Contas do Município).

"Neste momento, a Secretaria de Mobilidade e Transportes discute quais as melhores formas de regulamentação desse tipo de serviço, de modo que possa atender a população da maneira mais ampla e eficiente possível", informou a prefeitura, por meio de nota, sem citar prazos. "Para viabilização do novo contrato, a SMT tem mantido conversas com todos aqueles que nos procuram e recebido contribuições para oferecer o melhor sistema. Como se trata de um novo modelo, informamos que ele deve atender de forma equilibrada toda a cidade."

No acordo atual, o Itaú custeia o serviço de bicicletas em troca de poder expor sua marca nas bicicletas e em postos de empréstimo.

Em outras cidades, há casos em que a prefeitura paga para uma empresa para fornecer o serviço de compartilhamento de bicicletas, e também o modelo oposto. O Santander, por exemplo, investe cerca de 7,25 milhões de libras (cerca de R$ 30 milhões) para estampar sua marca no sistema de Londres.

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