Buzina Food Truck ganha ponto fixo em Pinheiros com sanduíches e petiscos

Gabriel Cabral/Folhapress
São Paulo, SP, Brasil, 11-09-2017: P/Comer revista sãopaulo. Marcio Silva e Jorge Gonzalez, do Buzina Food Truck. A rede de food truck vai abrir uma lanchonete na Rua Cunha Gago, 590. (foto Gabriel Cabral/Folhapress)
Márcio Silva (à esq.) e Jorge Gonzalez, no novo Buzina

As palavras "comida de rua", que sempre estamparam os caminhões marrons, agora estão em uma parede. Depois de três anos e meio sobre rodas, o Buzina abre seu ponto fixo, em Pinheiros, neste domingo (17). "Não vamos fechar o truck, absolutamente", diz Márcio Silva. "Essa é uma demanda dos clientes. Muita gente não consegue seguir o caminhão."

A ideia inicial era de chamar Buzina AC: porque era um "Buzina com Ar-Condicionado". No fim, será mais que isso.

O cardápio terá receitas do truck, como o hambúrguer com queijo, bacon moído, aioli e fritas (R$ 27). Outras que passam por ele, caso do sanduíche de língua com rúcula e salsa verde (R$ 22). E também petiscos: guacamole empanada (R$ 11), duck bun (pato confitado no pão chinês, por R$ 17) e croquetes de lula (R$ 15).

Os chefs Márcio Silva e Jorge Gonzalez, que passaram por tradicionais casas antes de se unirem para jantares pop-up e então o food truck, agora terão um espaço para fazer menus fechados, cozinhando o que quiserem. "Uma ou duas vezes por mês, para não perder a mão."

Mesmo ao fazer os sanduíches, os dois aplicam técnicas dos restaurantes: sous-vide, por exemplo, que deixa a paleta de porco do cubano mais suculenta -a receita que Jorge comia na infância nos EUA, com queijo, presunto e picles está no cardápio a R$ 24.

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São Paulo, SP, Brasil, 11-09-2017: P/Comer revista sãopaulo. Marcio Silva e Jorge Gonzalez, do Buzina Food Truck. A rede de food truck vai abrir uma lanchonete na Rua Cunha Gago, 590. (foto Gabriel Cabral/Folhapress)
Sanduíches e petiscos do Buzina, em Pinheiros

Da rua, vão tentar trazer a descontração. "Aqui, a sensação é de ter menos liberdade. Mas ter vindo de lá dá outra mentalidade", diz Jorge. Isso se aplica ao menu ("hoje é assim, mas amanhã talvez não seja") e ao serviço informal, como já é.

Mas entre paredes, algo se perde. "O truck é muito democrático", diz Jorge. "Tem gente que não entra no shopping para comer. No Buzina, o CEO se senta ao lado do motoboy e ninguém olha para o outro pensando que não faz parte do grupo. Existe uma democratização da comida", diz Márcio.

O Buzina circula pela cidade desde a liberação dos trucks, em 2014, na gestão do petista Fernando Haddad. "Em qualquer metrópole do mundo, as pessoas estão comendo nas calçadas. O que sempre quisemos foi levar o pessoal pra rua. Que sejam mais paulistanos, conheçam os bairros", diz Márcio.

Os dois viram a ascensão e a queda dos food trucks. "A moda agora é fechar", resume Jorge. "Sem a ajuda do governo, nada vai para frente. Com a liberação, todo o mundo fez trucks e, ao chegar às subprefeituras, nem se sabia sobre o que se estava falando. No Centro, por exemplo, filé-mignon para a comida de rua, a sub da Sé não libera alvarás [segundo a Prefeitura, há 11 veículos cadastrados; em Pinheiros são 54]."

Como tentativa de sobreviver no período de baixa, muita gente acaba colocando hambúrgueres no cardápio. "Tem gente que coloca até sem querer. Queria ver truck de comida thai, indiana, vegetariana, como é em Nova York: cada um come o que quer. É mais representativo", diz Márcio.

Buzina. R. Cunha Gago, 590, Pinheiros, tel. 3853-6511. Todos os dias, das 12h às 23h

Gabriel Cabral/Folhapress
Marcio Silva e Jorge Gonzalez na lanchonete do Buzina
Fachada da lanchonete do Buzina, em Pinheiros
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