Esporte

Exposição no Sesc Pompeia materializa projetos de design da Rússia

Arte e técnica para construir os bens da nova sociedade, com a escassez da era revolucionária. A utopia cerca a história da Vkhutemas (pronuncia-se "vrutemas"), escola superior que existiu entre 1918 e 1930 em Moscou. Foi frequentada por cerca de 2.500 alunos e inspirou a alemã Bauhaus.

As duas foram as primeiras a formar artistas-designers, estruturando o desenho industrial moderno.

A escola soviética defendia a arte como instrumento de transformação social. Era alinhada aos três movimentos russos mais importantes do período: construtivismo, racionalismo e suprematismo.

Dela fizeram parte Ródtchenko, Kandinsky, Malevich, Tátlin e El Lissítzki e mais uma dezena de mestres que a pesquisa dos curadores Celso Lima e Neide Jallageas reuniu. Muitos deles desapareceram após o fechamento da escola, no período estalinista na antiga URSS.

Para Neide, a escola teve papel importante na emancipação feminina, formando 30 arquitetas, entre elas Lidia Komárova, que projetou o prédio do Komintern, e Liubov Zaliésskaia, paisagista do parque Gorki.

A pesquisa dos curadores já daria uma grande exposição, com biografias, fotos e o Álbum da Vida Cotidiana, com instruções para construção de mobília, roupas e brinquedos. Mas, a partir disso, os dois arregimentaram designers e artistas para materializar 300 projetos da época, alguns dos quais nunca haviam sido construídos.

Estampas, louças, cartazes, roupas, mobília estão expostos nas Oficinas de Criatividade do Sesc Pompéia, desenhadas por Lina Bo Bardi. Não poderia haver lugar melhor para o material revolucionário.

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VKHUTEMAS: O FUTURO EM CONSTRUÇÃO (1918 - 2018)
Curadoria: Celso Lima e Neide Jallageas
Onde: Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia
R. Clélia, 93, Lapa. Até 30 de setembro. GRÁTIS

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