Fogaça fala sobre mudança de valores após nascimento de filha com síndrome rara

'A gente aprende a valorizar coisas pequenas quando tem uma pessoa especial em casa', diz chef Fogaça

Chef, 44 anos, morador do Jardim Paulista, pai de Olivia, 12, João, 10, e Maria Letícia, 2

A Olivia não chorou quando nasceu. Era muito quietinha, e isso foi uma questão no primeiro momento: será que ela tem algum problema? A gente passou os três primeiros anos investigando e não descobriu nada. Minha primeira experiência como pai foi essa, a de ter uma filha com uma síndrome rara e também a de gratidão por poder cuidar de alguém que renova os meus valores de vida. E ela é só amor. Um mundo diferente.

A gente aprende a valorizar as coisas pequenas quando tem uma pessoa especial dentro de casa. Os acontecimentos do dia a dia, um sorriso, um abraço, um gesto, eu falar com ela e ela responder com uma risadinha. Com a situação da Olivia, fiquei mais sensível, mudei as coisas que penso.Entrei no projeto Chefs Especiais [trabalho gastronômico para pessoas com síndrome de down], da Simone Lozano e do Márcio Berti. Eles me convidaram para dar uma aula e já tem dez anos que estou lá.

O João e a Maria Letícia são saudáveis. A experiência com eles é a de poder ensinar, mostrar o que importa na vida: o contato com a família, o entendimento, o amor, a aceitação. Porque filho é uma coisa para sempre. É poder passar o que tive e aprendi da melhor forma para que eles sejam pessoas felizes, dedicadas, com educação e valores.

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