Teia Multicultural ensina tudo a partir de peça teatral

Ela tinha oito anos quando se mudou para a Índia, onde morou com a família na comunidade do Osho, guru com multidões de seguidores. Entre 1975 e 1976, Georgya Corrêa frequentou a escola local, onde não havia séries, provas ou programa pedagógico.

Os alunos eram convidados para atividades artísticas e o projeto foi a montagem da peça do Peter Pan. De volta a São Paulo, não entendia "por que a escola daqui tinha que ser tão chata, se a da Índia era tão legal", e passou a sonhar em ter um espaço como aquele.

Na faculdade de pedagogia, entendeu o caminho a seguir: o da interdisciplinaridade. Todas as áreas do conhecimento seriam conectadas, ao longo do ano, através da montagem de uma peça ou da produção de um filme, e o aprendizado, construído a partir da arte e do autoconhecimento.

Em 2006, abriu a Teia Multicultural, em Perdizes, zona oeste. A secretaria de educação estadual não autorizou o funcionamento, e Georgya, para obter o aval, ajustou o projeto, ao menos no papel, para algo mais próximo do padrão. Após dez anos, com prêmios e já no Mapa de Inovação e Criatividade do Ministério da Educação, foi procurada pela mesma secretaria, que queria conhecer a escola para implementar suas ideias nas públicas.

Isadora Montez, 14, na Teia desde 2014, fez o roteiro do filme da sua turma. "Uma mulher fica brava com um post machista, vai para rua e diz algo racista a um negro, que esbarra em um gay e o xinga porque é homofóbico, num ciclo de extremismos que se fecha com o homem postando o comentário machista." Ela estudava em colégio tradicional e gostou da mudança: "É bom sair do quadrado em que te prendem".

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TEIA MULTICURAL
Berçário, infantil, fundamental e médio
R. Apiacás, 233, Perdizes, tel. 3872-1035
Mensalidade: de R$ 1.535 a R$ 2.186

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