Intercâmbio em alta: conheça prós e contras dos dez países mais procurados pelos brasileiros

Não existe tempo ruim para o mercado de viagens de estudos no exterior. O segmento cresceu 23% no país no ano passado, segundo o último levantamento da Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association), divulgado em abril. Pela primeira vez na história, chegou-se à marca de 302 mil estudantes brasileiros fazendo algum programa educativo mundo afora.

O investimento neste tipo de experiência internacional também aumentou em 12% -em média, os gastos foram de US$ 9.989 por pacote (cerca de R$ 37.200), o que levou o mercado a movimentar entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3 bilhões (aproximadamente de R$ 10 bilhões a R$ 11 bilhões).

Para Maura Leão, presidente da Belta, a situação do país explica os bons números. "Num momento de crise, é preciso procurar soluções e não ficar estagnado, à espera de uma melhora no cenário econômico. Fazer um intercâmbio para melhorar a proficiência é um excelente investimento", diz.

O cardápio de experiências no exterior está cada vez mais amplo e atende a públicos, faixas etárias e interesses diversos. O clássico intercâmbio, voltado a alunos do ensino médio que vão fazer "high school" fora, é apenas o quinto produto mais vendido pelas agências especializadas.

Em primeiro lugar estão os cursos de idiomas, seguidos pelos combinados com trabalhos temporários. Em terceiro, vêm os programas de férias para jovens e, em quarto, os profissionalizantes, que rendem certificados ou diplomas.

Entre os dez mais vendidos, há também graduação, pós-graduação, estágio e trabalho voluntário. Inglês e espanhol ainda são as línguas mais procuradas, mas francês, alemão, italiano, japonês e mandarim estão, nessa ordem, crescendo na procura dos estudantes. Em relação à duração, a maioria (80,9%) fica de dois a três meses.

Conheça as vantagens dos destinos top 10 entre os brasileiros e dicas de cursos para fazer em cada um deles.

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CANADÁ, O MAIS PROCURADO

Os fatores que mais pesam na escolha do destino de intercâmbio são câmbio favorável, qualidade de vida, infraestrutura das escolas, políticas que combinem estudo e trabalho e a localização conveniente do país. Oferecendo todos os requisitos citados, o Canadá figura na dianteira desde que a pesquisa da Belta é realizada, há três anos.

O país permite que o estudante trabalhe 20 horas semanais durante o programa e, após o seu término, em período integral, caso o curso tenha duração mínima de um ano. Para completar, pode-se optar por estudar inglês na parte anglófona do país ou francês, em lugares como a bela Montréal.


Inglês geral no Canadá - Inclui 4 semanas de curso na escola Stafford House, em Toronto, acomodação em casa de família em quarto individual, com café da manhã e jantar, taxas de matrícula e material. Valores válidos para o início de 2018. A partir de CAD 1.912, no STB, tel. 3038-1551. stb.com.br

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EUA, O TRADICIONAL

De uma semana de inglês em Nova York a um curso de tecnologia no Vale do Silício; de um semestre de "high school" nas profundezas de Wisconsin a uma pós em Harvard. O portfólio de opções de viagens de estudo nos EUA é imenso, o que garante o segundo lugar entre os países mais disputados, mesmo com o câmbio desfavorável e a impossibilidade de trabalhar.

Há, no entanto, programas específicos de trabalho no país, voltados a jovens universitários que queiram ter essa vivência durante as férias. Em geral, são trabalhos ligados a turismo, em estações de esqui, resorts, restaurantes e parques temáticos (o recrutamento para a Disney é exclusividade do STB).


Inglês para tecnologia - O programa Silicon Valley Experience, da escola St. Giles, em San Francisco, tem duração de 4 semanas e une desenvolvimento de habilidades linguísticas para o contexto tecnológico a visitas a empresas do Vale do Silício. Inclui acomodação em casa de família, em quarto individual, com café da manhã. A partir de US$ 2.389, na CI, tel. 2110-7479. ci.com.br

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REINO UNIDO, O CLÁSSICO

Prova de que o câmbio é um forte fator de decisão, o Reino Unido, que estava na quinta posição nos anos anteriores da pesquisa da Belta, subiu para a terceira em 2017, como consequência da desvalorização da libra esterlina, em decorrência do Brexit.

Mesmo assim, a opção por estudar no país europeu não flutua tanto por conta do câmbio. Há programas clássicos e sempre em alta, como os de férias escolares (de janeiro ou de julho) para jovens de 13 a 17 anos, que combinam aulas de inglês com atividades em universidades como Oxford ou Cambridge. Em nenhum outro lugar do mundo dá para se sentir tão Harry Potter no castelo de Hogwarts.

O Reino Unido também é muito procurado para cursos de graduação -difícil é entrar, mas, a partir daí, os custos não são altos.


EF Language Camp em Cambridge - A viagem para adolescentes de 13 a 17 anos é em grupo e tem duração de 4 semanas, sendo 3 de curso e 1 de tour pela Europa (Paris, Veneza, Florença e Roma). Inclui acomodação, todas as refeições, todos os passeios, atividades, traslados, seguro médico e odontológico. Saída em 29/6. A partir de US$ 6.999, na EF, tel. (21) 2122-9000. ef.com.br

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AUSTRÁLIA, O PAÍS DA MODA

Pode não ser o sotaque inglês mais neutro do planeta, mas a qualidade de vida australiana é um grande incentivo. Além disso, o clima é parecido com o brasileiro, e as estações do ano coincidem, o que é ideal para programas de férias de verão.

Sim, é longe, mas isso parece não importar quando se tem três das dez melhores cidades do mundo para viver, segundo o conceituado Global Liveability Index 2018, o ranking anual da The Economist Intelligence Unit. São elas: Melbourne, Sydney e Adelaide.

O país também permite que o estudante trabalhe até 20 horas por semana durante os estudos e em período integral nas férias. Os produtos mais populares entre os brasileiros são os programas de inglês e os cursos técnico-profissionais em diferentes áreas.


Inglês com aulas de surfe - São 2 semanas em Sydney, estudando na escola Lexis e fazendo 2 horas diárias de aulas de surfe, 4 dias por
semana, com transfer até a praia e equipamentos (não inclui hospedagem e alimentação). A partir de AUD 1.340, na Experimento Intercâmbio Cultural, tel. 3707-7122. experimento.com.br

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IRLANDA, A FÁCIL

De uns cinco anos para cá, a Irlanda entrou forte na rota dos brasileiros. Motivos: a facilidade para obter um visto de estudante e a possibilidade de trabalhar 20 horas semanais durante o curso (nas férias, 40 horas semanais). Sem mencionar o custo de vida, bem mais amigável do que no Reino Unido, e a conveniência para viajar pela Europa -a aérea irlandesa de voos baratos Ryanair, inclusive, tem um de seus principais hubs em Dublin.

Precisa falar dos pubs? Muitos brasileiros acabam trabalhando nesses bares, uma forma bacana de mergulhar na cultura local. Mas atenção: nos programas que as agências comercializam, a responsabilidade de encontrar uma ocupação é do aluno.


Inglês geral com trabalho na Irlanda - De 25 a 48 semanas de curso de inglês na escola The English Studio, em Dublin. Curso de 25 semanas, a partir de R$ 10.945 (não inclui hospedagem e alimentação), no STB, tel. 3038-1551. stb.com.br

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NOVA ZELÂNDIA, A SEGURA

Famoso por algumas das mais belas paisagens do planeta, o país também é campeão em segurança e qualidade de vida -é o segundo mais seguro do mundo pelo ranking Global Peace Index, atrás apenas da Islândia, enquanto o Brasil vem na 106ª posição.

A maior metrópole, Auckland, tem menos de 420 mil habitantes. O destino talvez seja pequeno demais para quem gosta de agito, mas é ideal para pais que querem o filho cursando "high school" fora. Para adultos, há boas opções de estudo e trabalho, permitido a quem tem o visto de estudante.


"High school" com educação fora da escola - O programa de "high school" da escola Mt. Maunganui, em Tauranga, combina aulas tradicionais com exploração local. Aulas de surfe, passeios e camping no monte Maunganuni integram o currículo. A partir de NZD 19.091 pelo semestre letivo, que começa em janeiro, incluindo acomodação em casa de família, com todas as refeições. Na Experimento Intercâmbio Cultural, tel. 3707-7122. experimento.com.br

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MALTA, A SURPREENDENTE

A pequena e belíssima ilha de Malta fica no Mediterrâneo, ao sul da Itália, ao norte da costa da África e a um passo da Grécia. Pense em praias incríveis, boa gastronomia, uma história rica e duas línguas oficiais: o maltês e o inglês.

A ilha colonizada pelos britânicos, quem diria, é o sétimo país mais procurado pelos intercambistas brasileiros. Além dos cursos econômicos, o local conta com a vantagem de poder combinar os estudos com viagens bacanas pela Europa.


Inglês em Malta - A escola EC fica na pequena cidade de St. Julian's, perto da praia, e oferece aulas de inglês para estudantes de todos os níveis. Curso de 2 semanas, incluindo acomodação em casa de família, em quarto individual, com café da manhã, a partir de R$ 3.876. Na CI, tel. 2110-7479. ci.com.br

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ÁFRICA DO SUL, A EXÓTICA

Outra boa alternativa para quem deseja estudar nas férias brasileiras de verão sem pegar a friaca do hemisfério Norte. A Cidade do Cabo, destino da maioria dos brasileiros que fazem da África do Sul o oitavo país mais procurado para estudos, une ótimo custo-benefício à possibilidade de ter uma experiência cultural bem diferente.

Além dos cursos de língua, são interessantes os programas de voluntariado, especialmente ligados à conservação ambiental e ao auxílio a comunidades carentes.


Trabalho voluntário em orfanato - O participante vai trabalhar cuidando de crianças do orfanato de Noordhoek, nos arredores da Cidade do Cabo.
É preciso ter mais de 18 anos e inglês intermediário. A partir de R$ 2.881 para um período mínimo de uma semana, incluindo acomodação, 2 refeições diárias e aulas de surfe. No STB, tel. 3038-1551. stb.com.br

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ESPANHA, A ECLÉTICA

É o destino mais procurado pelos brasileiros que pretendem aprender espanhol. As agências de intercâmbio trabalham com escolas por todo o país, mas Barcelona é a cidade campeã de popularidade.

Muita gente aproveita para combinar o aprendizado do idioma a cursos em sua área profissional ou até mesmo a um hobby. Nesse quesito, há de tudo um pouco na Espanha. Barcelona vai bem com cursos nas áreas de moda, design e arquitetura; em Sevilha, uma ideia é misturar espanhol com flamenco; em Tenerife, com mergulho; em Granada, com gastronomia espanhola.


Espanhol para maiores de 50 anos - Período mínimo de 2 semanas de curso de espanhol na EF de Málaga, em saídas específicas (4/2, 15/4, 13/5, 7/10 e 4/11), para estudantes com mais de 50 anos. Inclui acomodação em casa de família em quarto duplo, café da manhã e jantar, taxas e material didático. A partir de US$ 1.610, na EF, tel. (21) 2122-9000. ef.com.br

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FRANÇA, A LUXUOSA

Em geral, o francês não é a primeira língua estrangeira que um brasileiro aprende e, sim, a segunda ou a terceira. Mas pode ser a desculpa perfeita para uma vivência em algumas das mais lindas cidades da França. Escolas de idiomas estão espalhadas por locais como Amboise, Biarritz, Bordeaux, Nice e, é claro, Paris.

Aproveitar as horas vagas para fazer um workshop de vinhos ou mergulhar nos segredos gastronômicos do país é sempre uma maneira -deliciosa- de incorporar mais cultura a uma vivência no exterior.


Francês com vinhos na França - O curso de 1 semana combina o aprendizado do idioma na escola France Langue Bordeaux, em 20 aulas
semanais, a excursões e workshops sobre os vinhos da região. Inclui acomodação em casa de família, em quarto individual, com café da manhã e jantar, taxa de matrícula e material. A partir de € 1.157, no STB, tel. 3038-1551. stb.com.br

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