Quanto mais longe da serra da Cantareira, mais enxutos são os condomínios horizontais no Tremembé, bairro da zona norte marcado por terrenos e plantas amplas.
Longe da Cantareira, alguns condomínios não chegam a dez unidades. É o caso do Residencial Jabuticabeiras, com oito casas em uma área de 1.340 metros quadrados. O empreendimento tem unidades entre 178 e 265 metros quadrados, com preço médio de R$ 6.500 por m².
Uma delas, a casa de 265 metros quadrados onde mora, desde o ano passado, o cartorário Fabio Contreras, 43, sua mulher, Flavia Lagonegro, 44, e os três filhos.
A família se mudou de uma casa de 400 metros quadrados no alto da serra para ficar mais perto da casa de repouso onde Lagonegro trabalha, da escola dos filhos e de opções de lazer, como o Horto Florestal. "Ela levava meia hora para chegar no trabalho. Hoje, são apenas sete minutos", afirma Contreras.
O cartorário diz que a vizinhança ainda lembra a serra, já que mesmo a parte "urbana" do bairro é mais fresca, arborizada e tranquila que boa parte da capital.
A vantagem é a comodidade de estar mais próximo de grandes avenidas, como a Nova Cantareira e a Engenheiro Caetano Álvares, além de mais serviços e comércio.
Outros residenciais mais enxutos são o Florada da Serra, com 18 unidades de 280 metros quadrados e preço médio de R$ 1,3 milhão por unidade, e o Villaggio Houda, com 12 casas de até 500 metros quadrados e valor médio de R$ 3 milhões. Ambos foram lançados em 2012.
mais por menos
Esse tipo de imóvel tem tido uma alta na procura nos últimos cinco anos, de acordo com o consultor imobiliário Júlio Ribeiro, que vende casas em condomínios fechados na região.
"Há uma demanda muito grande de quem mora em regiões como o Alto de Santana, que é mais cara e não apresenta o mesmo nível de qualidade de vida", diz.
O preço médio do metro quadrado em Santana chega a R$ R$ 13.026, já no Tremembé, fica em torno de R$ 4.205, segundo a consultoria VivaReal/Geoimovel.
Os terrenos pouco espaçosos, diz Ribeiro, são o fator fundamental para os condomínios serem menores.
"Como não há espaço para construir muitas unidades, a oferta deve se manter pequena e a tendência é que essas casas se valorizem nos próximos anos", afirma.
Eduardo Ramirez, gerente da unidade serra da Cantareira da imobiliária Mirantte, diz que o perfil de morador desses condomínios é de casais entre 40 e 60 anos.
"São pessoas que querem passar tempo em casa e envelhecer sem a preocupação de ter de subir escadas", afirma Ramirez.