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grande são paulo

Paranapiacaba conserva réplica do Big Ben de 1890 importada do Reino Unido

O percurso é de apenas uma hora e trinta minutos para quem embarca no expresso turístico em São Paulo em direção a Paranapiacaba, em Santo André, mas a sensação é de uma viagem no tempo ao chegar à antiga vila operária.

Construída para abrigar funcionários da companhia inglesa São Paulo Railway, responsável pela ferrovia que ligava o interior paulista ao litoral, a vila foi inaugurada em 1867. Telhas e tijolos vieram do exterior, conferindo um estilo britânico à região, que atrai milhares de turistas todos os anos.

Tombada pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a vila conserva construções da época, como um relógio inspirado no londrino Big Ben e a casa em que vivia o engenheiro-chefe da ferrovia.

"A vila representa a chegada da Revolução Industrial ao país. Foi a primeira vila operária do Brasil", afirma Eric Lamarca, diretor de gestão de Paranapiacaba da Secretaria de Meio Ambiente.

PEQUENA LONDRES

De quase todos os pontos da vila, é possível ver o relógio da marca inglesa John Walker, réplica do Big Ben.

Hoje um dos símbolos de Paranapiacaba, a peça exercia importante função para a ferrovia: garantia que os turnos de trabalho fossem cumpridos com a pontualidade britânica. "A vida na vila era orientada pelo relógio. que batia de meia e meia hora", afirma Lamarca.

Com cerca de 20 metros de altura, o relógio salta aos olhos dos visitantes apesar da neblina. Fabricado na década de 1890 no Reino Unido, foi importado pelos ingleses junto com outros dois relógios bem conhecidos pelos paulistas: o da Estação da Luz, em São Paulo, e o da Estação Ferroviária de Santos.

Passados quase 130 anos desde a sua chegada ao país, onde foi apenas montado, é o único dos três exemplares que preserva integralmente as peças originais.

"O maquinário encontra-se conservado e em perfeito funcionamento", afirma Augusto Fiorelli, relojoeiro que faz a manutenção da estrutura e neto do responsável pelo Big Ben de Paranapiacaba na década de 1970. Desde 2003, Fiorelli sobe os cerca de 80 degraus da torre a cada oito dias para dar corda e garantir que o relógio siga badalando seu sino de 1,5 tonelada de hora em hora.

NO ALTO

Um dos locais mais visitados fica no topo da colina e é conhecido como Museu Castelo. A casa de arquitetura vitoriana, que tem 15 cômodos, cinco lareiras e 32 janelas, funcionou como residência do engenheiro responsável pela ferrovia até a a década de 1940. O espaço abrigou também um seminário de escritórios de agentes federais que trabalhavam no lugar.

O Museu Castelo conta com uma maquete da vila, uma bota de mergulho usada por um funcionário ao construir a passarela de ferro e mobiliário antigo.

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