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Preço de imóveis em São Paulo deve ficar estável até o próximo ano

Karime Xavier/Folhapress
A professora Benedicta Aparecida dos Reis, 59, em sua casa em São Paulo
A professora Benedicta Aparecida dos Reis, 59, em sua casa em São Paulo

Para quem estava esperando que o valor dos imóveis caísse mais para comprar o seu, agora é um bom momento para fazer negócio. "Provavelmente, já passamos pelo período de mínimo preço", afirma Eliane Monetti, coordenadora dos cursos de especialização em Real Estate da USP.

Segundo ela, com a economia reagindo um pouco é possível que as pessoas voltem a comprar e, assim, não vai mais haver pressão para o preço cair. Mas por enquanto também não deve subir.

"Para 2018, a gente aposta na estabilidade", concorda Caio Bianchi, vice-presidente de Analitycs do Grupo Zap VivaReal. A diferença em relação aos últimos três anos, diz ele, é que a partir de agora os preços devem, pelo menos, acompanhar a inflação.

Para Flavio Amary, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), quem está se programando para comprar a casa própria não deve adiar mais essa decisão.

"Para a pessoa que tem emprego e renda, este é o momento de se antecipar, porque, quando todos fizerem o mesmo, deixará de ser uma oportunidade", afirma.

Mas não é preciso desespero, pondera Alberto Ajzental, professor da escola de economia da FGV-SP. "Pode ser que os descontos diminuam ao longo do ano e haja um ligeira aumento dos preços, mas nada que justifique uma corrida", afirma.

Para a aquisição de um bem tão significativo, o mais importante é planejamento, lembra ele.

Já quem está há um tempo na luta para vender um imóvel não vê a hora de que o mercado fique mais aquecido. É o caso da professora universitária Benedicta Aparecida dos Reis, 59, que desde o fim de 2016 está em busca de um comprador para sua casa no bairro do Tucuruvi (zona norte de São Paulo).

Com o dinheiro da venda, ela pretende se mudar, junto com a mãe, para um apartamento. Mas até agora só um interessado apareceu, com uma proposta de permuta.

INÍCIO DA RETOMADA - Expectativa sobre o preço dos imóveis nos próximos 12 meses, em %

Unidades residenciais lançadas - De janeiro a novembro na cidade de São Paulo, em milhares

"O apartamento que ele ofereceu era menos de um quarto da minha casa, que tem 222 metros quadrados. Quero um imóvel menor, mas com um certo nível de comodidade", afirma.

A professora diz que até está aberta a negociar, mas sem reduzir demais o preço. "Os corretores falaram que a casa está muito cara, mas não quero desvalorizá-la a um nível muito baixo. Não estou desesperada para sair."
Se não conseguir vender a residência nos próximos meses, Reis pretende colocá-la para locação e, com essa renda, alugar um apartamento.

MOMENTO IDEAL

Quem puder esperar para colocar à venda deverá encontrar melhores oportunidades de negócio. Mas essa é uma alternativa caso o imóvel não esteja dando prejuízo, segundo Mauro Calil, especialista em investimentos do Banco Ourinvest.

"Se for ficar desocupado, é preciso fazer as contas. É como um vazamento em que a caixa d'água está indo embora. É preciso interromper o mais rápido possível", diz.

Monetti, da USP, acredita que uma valorização um pouco maior só deve acontecer a partir de 2019. "Como as empresas retraíram muito seus lançamentos, provavelmente lá na frente faltarão produtos, porque eles demoram de dois a três anos para ficar prontos", afirma.

Outro fenômeno que deve acontecer, diz ela, é a valorização de imóveis usados com metragem maior e com mais vagas de garagem no miolo dos bairros, em razão das restrições impostas pelo Plano Diretor a esse perfil em novos empreendimentos.

"Foram lançados muitos compactos. Então, já percebemos a falta desse tipo de imóvel para um público mais sofisticado", afirma.

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