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Azulejo em 3D e torneira que não respinga são destaques de feira em SP

Chamada de "fashion week" da arquitetura e construção, a Expo Revestir, feira com os principais lançamentos entre revestimentos, louças e metais, reuniu cerca de 240 expositores na semana passada, em São Paulo, que se esforçaram para apresentar novidades e defender tendências, tal qual fazem as grifes de moda.

E, tanto num universo quanto no outro, se destacam aqueles fabricantes que apostam no design e/ou fazem uso criativo da tecnologia.

"A tecnologia virou uma commodity –ela vai vir, queira ou não queira. Diante disso, quem interpreta e decodifica a tecnologia é o designer, que a transfere de uma forma acabada para o produto. Ele é quem coloca em prática essa tecnologia", afirma Antonio Carlos Kieling, diretor da Expo Revestir e superintendente da Anfacer (associação de fabricantes do setor).

Os arquitetos Ruy Ohtake e Jayme Bernardo, os designers Jader Almeida, Baba Vacaro e Guto Requena e até o joalheiro Antonio Bernardo foram alguns dos parceiros criativos de grades marcas presentes no evento.

VISÍVEL

Lançamento da Manufatti, os cobogós Rizoma, assinados por Requena, resumem bem esse encontro entre desenho e tecnologia na indústria do acabamento. Cobogós são objetos semelhantes ao tijolo vazado, feitos em outros materiais.

Conhecido por seus processos digitais de criação, o designer recorreu ao computador para simular o crescimento de um caule e dar forma a dois modelos de cobogó, que, juntos, geram diferentes composições, até com gradação de cor.

"Usamos um software em que a programação é inspirada na natureza. Foram quatro meses de criação, com muitos protótipos e impressão 3D", afirma Requena.

Já Baba Vacaro, consultora da Docol, coordenou a equipe interna de designers para desenvolver as linhas Mínima e Mix&Match, respectivamente desenhadas a partir do quadrado e do círculo.

As formas simples foram aplicadas em diferentes produtos, como bicas com variedades de altura e acionamento, tudo com quatro opções de acabamento.

"A graça é facilitar a vida do arquiteto, que tem total liberdade para encontrar as melhores opções para o seu projeto", diz ela.

INVISÍVEL

Um dos maiores expositores da feira, a Deca se uniu pelo terceiro ano ao designer Jader Almeida para uma linha de cubas, metais e acessórios. No entanto, as maiores apostas para 2018 estão nas soluções invisíveis, baseadas na tecnologia.

Uma das novidades apresentadas é ducha higiênica despressurizada, que impede o rompimento da parte flexível e dispensa registro, evitando vazamentos.

Já o Acqua Return promete economizar 100% da água do chuveiro e da torneira que é desperdiçada enquanto ela não esquenta. O dispositivo faz a água circular pela tubulação até que esteja aquecida e emite um sinal sonoro antes de liberá-la. E o Deca Comfort chega para resolver os respingos de torneiras e misturadores para lavabo e banheiro, independentemente da pressão da água.

"Era um problema que o mercado todo reclamava, tanto dos nossos produtos quanto dos da concorrência. As soluções tinham que passar pela presença de um técnico ou de interferência no produto, com arejadores e restritores", diz Bruno Basile Antonaccio, diretor de desenvolvimento e marketing da Deca. "Agora, da linha mais barata à mais cara, as peças virão com essa inteligência embutida."

Marcas lançam porcelanato em formato grande

O porcelanato de grande formato chegou, enfim, às fábricas brasileiras. Grande tendência internacional, o revestimento só era encontrado por aqui via importação até o ano passado.

Agora, Biancogres e Portobello chegaram juntas na Expo Revestir com o lançamento em tamanhos de 120 x 120 cm e 80 x 160 cm.

A entrada no país barateia o produto, usado em bancadas, paredes e pisos. O aspecto mais uniforme, com menos interferência dos rejuntes, é celebrado pelos arquitetos e designers de interiores.

"É uma solução de revestimento mais elegante e com instalação mais veloz. Com duas peças é possível fazer o revestimento de um pé-direito de parede", afirma Celso Gomes, gerente de produto da Biancogres, com fábrica em Serra (ES).
Para apresentar seus sete modelos que inauguram o tamanho 120 x 120 cm, a empresa trouxe novo maquinário da Itália, especialmente uma prensa de 10 mil toneladas. Os produtos chegarão ao mercado nas próximas semanas, com preço a partir de R$ 169 o metro quadrado –40% mais barato que o importado.

A Portobello, com fábrica em Tijucas (SC), também investiu em maquinário para produzir os grandes formatos no país, que chegam às lojas nas próximas semanas. "Os tamanhos grandes têm sido o xodó dos arquitetos", diz Eduardo Scoz, coordenador de produto da empresa.

Segundo ele, a possibilidade de surgimento de mofo e fungos nos rejuntes dos porcelanatos grandes é menor. "Não precisa ficar limpando ou refazendo", diz.

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