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bairros que mais crescem

Zona norte de SP vira opção para compradores de primeiro apartamento

Apartamentos econômicos para quem está a procura do primeiro imóvel têm aquecido o mercado imobiliário da zona norte de São Paulo.

Entre janeiro e agosto de 2018, a região reuniu 12 lançamentos, o triplo do mesmo período de 2017, segundo dados da Embraesp, consultoria imobiliária. A maioria está na faixa do programa de habitação Minha Casa, Minha Vida.

É o caso do Grand Reserva Paulista, da MRV. São 7.296 apartamentos em 51 torres e 25 condomínios. Os imóveis terão metragens entre 42 e 66 metros quadrados, com valor inicial a partir de R$ 230 mil.

A construtora Tenda ergue dois grandes empreendimentos no bairro. O Vila Áustria tem 11 torres, todas já vendidas, em um terreno de 7.138 metros quadrados. Já o recém-lançado Vila Itália terá apartamentos de 41 metros quadrados a partir de R$ 175 mil.

Um dos fatores que contribuíram para o interesse na região foi a mudança trazida pelo Plano Diretor de 2014.

A medida aumentou o coeficiente de construção (quanto é possível construir no terreno). No eixo de metrô e ônibus, esse número saltou de duas para quatro vezes a área do terreno, diz Rosane Cristina Gomes, coordenadora do departamento de uso do solo da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento.

"A zona norte tem a característica de concentrar emprego e moradia e uma área topográfica bastante extensa, mas historicamente tem um coeficiente para construção baixo e, com isso, os incorporadores não olhavam tanto para a região", diz o diretor da Embraesp, Reinaldo Fincatti.

Ele cita como exemplo as restrições impostas pelo aeroporto Campo de Marte, entre os bairros Casa Verde e Santana. Em 2015, uma portaria da aeronáutica colocou o limite de 45 metros de altura para prédios construídos em um raio de quatro quilômetros da pista de pouso de aeroportos.

Outra questão que deixou a zona norte de fora do radar das construtoras foram as áreas de proteção ambiental, como a Serra da Cantareira.

"É uma região que ainda tem muitos terrenos disponíveis, mas que esbarra numa forte restrição ambiental", afirma Daniela Ferrai, diretora regional da Tenda em São Paulo.

O coordenador do curso de arquitetura e urbanismo da Belas Artes Sérgio Lessa diz que a restrição já não espanta. "Há pontos importantes relacionados à preservação ambiental, mas alguns bairros começam a cair no gosto das construtoras. Isso sinaliza uma tendência de verticalização."

Santana é a área da zona norte que mais recebeu empreendimentos entre 1992 e 2017, segundo dados da Embraesp. Foram 11.399 novas unidades residenciais, o que só garante a 21ª posição entre todos os bairros da cidade. Entre os 12 empreendimentos lançados neste ano, 5 estão lá.

Hoje ganham destaque bairros voltados a moradores com renda menor, como Freguesia do Ó, Pirituba, Jaraguá, Vila Guilherme e Vila Maria.

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