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A missão da decoração, agora, é levar a natureza para dentro de casa

A natureza vai permanecer dentro das casas, representada por móveis de formas orgânicas e pedras de aspecto rústico nos revestimentos, segundo a principal aposta de arquitetos e designers para os projetos de 2019.

Em vasos, canteiros e jardins verticais, as plantas seguirão onipresentes. "Estudos mostram que, no ambiente, elas reduzem o estresse", diz Julia Faria, gerente de novos negócios do birô WGSN.

Bambu e madeira de reflorestamento devem se manter em destaque. São um contraponto aos lofts de aspecto industrial, que ainda terão relevância nos projetos de 2019. O cinza de suas paredes estará presente sozinho ou misturado ao azul e ao rosa.

O vibrante "living coral", eleito o tom do próximo ano pela empresa Pantone, deve ficar restrito aos detalhes. "O brasileiro tem medo de errar, ainda prefere a base neutra", opina o arquiteto Renato Andrade.

No mobiliário, além das formas que remetem a elementos da natureza, a flexibilidade terá presença forte.

Mesas, sofás e camas sobre rodas, estantes com dupla ou tripla função e painéis que deslizam nas paredes são as soluções para apartamentos ultracompactos, que têm se sobressaído no mercado.

Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, o tamanho médio dos imóveis novos no centro de São Paulo caiu de 62,8 metros quadrados em 2012 para 41,6 metros quadrados em 2017.

Nesse tipo de apartamento, um ambiente único se converte em sala de estar, de jantar, quarto ou escritório conforme o momento, daí a importância de um mesmo móvel com funções múltiplas.

"As novas gerações estão consumindo menos e desmaterializando a casa", diz o arquiteto Guto Requena.

Segundo ele, o modelo da residência fragmentada em áreas social, íntima e de serviço está sendo substituído pela flexibilidade. "Se eu quero um ambiente de jantar, abro uma das paredes, mudo a mesa e a iluminação. Se vou receber um cliente, transformo tudo em um espaço mais neutro", exemplifica Requena.

A grande diferença em relação às antigas quitinetes fica da porta para fora. Da lavanderia às bicicletas do condomínio, tudo, agora, é compartilhado pelos vizinhos.

"Para nós, brasileiros, acostumados a muito espaço, parece surreal. Mas apartamentos até menores já são realidade na França e no Japão", afirma o arquiteto Renato Andrade.

Mais acessíveis, sistemas de automação passam a equipar moradias de classe média e se tornam compatíveis com apartamentos compactos.

Compostos de uma única central conectada via wi-fi e controlada por smartphones, os novos equipamentos permitem controlar à distância diferentes funções na casa.

Segundo Anderson Piche, gerente de produto da Somfy Brasil, a partir de R$ 2.500 é possível instalar um sistema simples em um apartamento padrão de dois dormitórios, que controle luzes e abertura de persianas, por exemplo.

"O equipamento de iluminação é composto de uma caixinha ligada à tomada, sensores de porta colados com fita dupla face, câmeras ligadas na rede elétrica e controles conectados nos interruptores de luz. Não é preciso quebrar paredes", afirma.

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