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Absolvida para a Rio-2016, velocista brasileira diz que doping foi 'pesadelo' 

Paulo Conde/Folhapress
A velocista Ana Claudia Lemos durante entrevista na base de preparação do atletismo nacional, no Rio.
A velocista Ana Claudia Lemos durante entrevista na base de preparação do atletismo nacional, no Rio.

A velocista Ana Cláudia Lemos, 27, recebeu nesta terça-feira (2) uma confirmação de que pode correr nos Jogos Olímpicos do Rio.

A IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) anunciou, à tarde, que não iria recorrer da decisão de tribunal superior brasileiro que a absolveu por caso positivo de doping pela substância oxandrolona.

Nesta quarta (3), a atleta afirmou que, depois de avisada da notícia, quer "vida nova". "Os Jogos Olímpicos estão aí. Quero ter um bom desempenho nos 100 m e também quero correr bem o revezamento 4 x 100 m", disse ela, em alusão às duas provas que disputará no Engenhão.

Ana Cláudia foi pega com o anabolizante em teste surpresa realizado no início deste ano. Em julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do atletismo, em maio, ela recebeu punição de cinco meses, mas retroativo à data da suspensão preventiva, que começou a contar em fevereiro.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

Desde então, ela se manteve à espera da resposta enquanto sofreu, fora das pistas, seguidos reveses. Foi demitida de seu clube, a BM&F, e perdeu patrocinadores.

"É um pesadelo para o atleta, mas sempre se tira uma experiência positiva", concluiu.

A decisão da IAAF impede, por ora, que o caso seja levado à Corte Arbitral do Esporte, instância máxima no esporte.

"Foi um erro [da farmácia]. Fui vítima de uma contaminação. Agora é recomeçar, conseguir clube, patrocínios, e fazer o melhor pelo atletismo brasileiro", comentou, em entrevista na base de preparação do atletismo nacional, no Rio.

A velocista e seu advogado, Marcelo Franklin, usaram como argumentos de defesa contaminação de um medicamento. Ela teve uma lesão no joelho e precisou tomar a substância.

A cearense negou-se a comentar o consumo do medicamento, porque minutos antes havia dado entrevista exclusiva ao canal SporTV na qual falou a respeito. Ela disse que o único que faria comentários seria Franklin. Em princípio, ela não falaria com o restante da imprensa. Só cedeu após insistentes pedidos.

"Quero que continuem confiando no meu caráter. Nunca busquei nada ilícito. Todos os resultados que fiz foram com muita dedicação", continuou.

Ana Cláudia é atual recordista sul-americana dos 100 m –além dela, Rosângela Santos também disputará a prova mais nobre do atletismo nos Jogos do Rio.

Por fim, a corredora disse que chegou a pensar em desistir, mas que "em 15 minutos resolvia que tinha que continuar trabalhando duro".

Franklin afirmou que estuda, com sua cliente, processar "quem gerou a contaminação e quem acusou sem saber". Porém, evitou dar nomes e assegurou que a intenção não envolveu o ex-clube da atleta, a BM&F.

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