Um em cada dez membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) ostenta sobrenome nobre. São reis, príncipes, princesas e xeques (líder muçulmano religioso) entre aqueles que integram a instituição responsável pela organização das Olimpíadas.
Dos 128 membros, incluindo na lista participantes honorários e seu presidente, 14 carregam títulos de nobreza em seus nomes, segundo levantamento da Folha no site oficial do comitê olímpico.
Um deles é justamente o que está há mais tempo no comitê: o grão-duque Jean de Luxemburgo, 95. Nascido no castelo Berg, na cidade de Colmar-Berg, ele se tornou membro em 1946.
Apontado como patrono de diversas federações esportivas, o grão-duque Jean reinou de 1964 a 2000, quando abdicou do trono em favor do filho, o grão-duque Henri de Luxemburgo, também membro do COI.
Essa lista da realeza segue com a princesa Anne, da família real britânica (irmã do príncipe Charles); a princesa Nora de Liechtenstein; o príncipe Albert II de Mônaco; e o príncipe Frederik, da Dinamarca.
Sam Garza/Flickr | ||
Monte Carlo Cassino, uma das posses do príncipe Albert II, membro do COI |
O príncipe Albert, por exemplo, tem uma fortuna estimada em US$ 1 bilhão pela revista "Forbes". Essa fortuna inclui a Société des Bains de Mer de Mônaco, controladora do Monte Carlo Cassino, Ópera de Monte-Carlo e o Hotel Paris, em Monte Carlo.
Em 2011, o casamento Albert e Charlene Wittstock provocou até uma mudança no calendário do COI, que atrasou em um dia a decisão da sede dos Jogos de Inverno de 2018. Outros membros queriam ir à cerimônia.
No site do comitê, a entidade informa que os membros são eleitos pela maioria em assembleia. A entidade informa que recruta e elege seus membros entre as pessoas que considera mais qualificadas para a função.
"Os membros do COI incluem atletas ativos, atletas aposentados e os presidentes ou líderes das federações internacionais de esportes ou organizações internacionais reconhecidas pelo COI", diz no site.
A lista de membros de "sangue azul" tem também um rei sem trono: Constantino II, da Grécia. A monarquia foi abolida no país em 1974. Membro do comitê desde 1963, pouco antes de ascender ao trono, é hoje membro honorário.
MUÇULMANOS
O hall não se limita, porém, ao velho continente. O príncipe da Jordânia, Faisal Bin Al-Hussein, 52, foi eleito em 2010 para a entidade. Irmão do rei da Jordânia, acredita-se ser herdeiro do profeta Maomé.
Já o xeque Ahmad al-Fahad al-Sabah, membro da família real do Kuait, se tornou membro do COI após a morte de seu pai, em 1990. Ele é presidente do Conselho Olímpico da Ásia e membro do comitê da Fifa.
Segundo reportagem do "New York Times", a família al-Sabah tem atividades no setor de petróleo. Seu parentes ocupam posições importantes no governo e nas forças armadas. Ele é uma figura influente.
Outro xeque da lista é Tamim bin Hamad al-Thani, emir do Qatar. Ele tem usado o esporte para aumentar o prestígio internacional do país. Ele fundou a Qatar Sport Investments, dona do clube Paris Saint German com outros investidores.