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Medalhista no tiro, Felipe Wu diz que encara fama súbita com "pé no chão"

O atirador Felipe Wu, 24, tem encarado com "pé no chão" a fama súbita gerada pela conquista da medalha de prata conquistada no tiro esportivo, a primeira do Brasil na Olimpíada do Rio.

Em seu único dia de folga desde o pódio de domingo (7), Wu foi assistir ao jogo de estreia da seleção brasileira masculina de basquete, contra a Lituânia, na Arena Carioca 1, mas precisou sair antes do final.

"Foi uma loucura. Eu não consegui assistir ao jogo, tive que sair um pouco antes. Tinha muita gente querendo tirar foto. Foi bacana porque acho que as pessoas me conheceram e conheceram o esporte", disse ele.

Ele afirmou que o assédio não provocou ciúmes na namorada, a atleta Rosane Budag, que também compete no tiro esportivo na Olimpíada e com quem está dividindo um dos quartos na Vila Olímpica, na Barra da Tijuca.

O atirador espera conseguir usar a notoriedade para atrair patrocínio para o esporte. A CBTE (Confederação Brasileira de Tiro Esportivo) é uma das poucas sem patrocinadores.

"Eu não quero todos os louros para mim, ficar com toda a fama. Acho até que é melhor que tenha outras pessoas com boas condições técnicas para dividir um pouco a pressão e atenção da imprensa", afirmou.

PARTICIPAÇÃO NA OLIMPÍADA

Wu encerrou nesta quarta-feira (10) sua participação na Olimpíada do Rio. Ele não conseguiu se qualificar para a final da prova de pistola de 50 metros. Ficou no 39º lugar —apenas os oito melhores avançaram para a final.

Diferentemente da categoria pistola de ar de 10 metros, pela qual foi prata no sábado (6) e venceu duas etapas da Copa do Mundo este ano, Wu não era favorito nessa prova.

Pelo ranking da ISSF (Federação Internacional do Tiro Esportivo), o atirador brasileiro ocupa a 50ª posição dos melhores do mundo nessa categoria. Nos 10 metros, ele é o número um do mundo.

Edgard Garrido/Reuters
Felipe Wu durante prova da pistola de 50 metros na Rio-2016; ele terminou na 38ª posição e foi eliminado
Felipe Wu durante prova da pistola de 50 metros na Rio-2016; ele terminou na 38ª posição e foi eliminado

Wu disse que teve um dia "horrível" na disputa. O vento forte no Centro Olímpico de Tiro, em Deodoro, atrapalhou, mas afetou todos os atletas igualmente, disse. Ele afirma que precisa treinar mais na categoria.

Além de praticar essa modalidade há apenas dois anos, o custo da munição é um obstáculo para que Wu ganhe experiência nela. A caixa de 50 cartuchos .22 custa R$ 50. Na de dez metros, usa-se chumbinho, mais barato.

O atirador vai ficar no Rio até a próxima sexta-feira, período em que espera acompanhar outros modalidades como torcedor. Ele vai tentar conseguir ingressos com o Comitê Olímpico, mas disse que também está disposto a aceitar doações.

"Depois vou para casa curtir um pouco com os meus pais. Vou voltar um pouco antes do fim da Olimpíada. Quero participar do encerramento, não sei se vou poder. Gosto de ver tudo", disse o atirador.

Em setembro, Wu vai pela primeira vez a Disney, nos Estados Unidos, passagem que já tinha comprado antes da medalha. Na volta, vai treinar para a final da Copa do Mundo de Tiro, que vai acontecer na primeira semana de outubro.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

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