Eles estão de volta. Em menor número, é fato, mas com a mesma disposição para fazer a festa. Os argentinos, que invadiram o Rio durante a Copa do Mundo, voltaram à cidade para a Olimpíada.
Os "hermanos" trouxeram de volta as famosas canções que ironizam o país-sede e continuam a torcer para qualquer esporte do mesmo jeito que torcem para seus clubes de futebol.
Na noite desta terça (10), a Arena Carioca 1 virou um enclave argentino no meio do Parque Olímpico durante o jogo de basquete masculino entre Argentina e Croácia.
"Argentino não gosta de perder nem na bolinha de gude, nem na figurinha", resumiu o comerciante Arando Ignácio, 35, torcedor do Belgrano, time de Córdoba.
A Argentina foi o terceiro país estrangeiro que mais adquiriu ingressos para a Olimpíada, atrás de EUA e França.
A Rio-2016 não divulga os números, mas futebol ficou em quinto na lista de preferências, liderada por basquete, hóquei sobre a grama, atletismo e handebol.
Os argentinos levaram a melhor no embate com a Croácia (85 a 81), mas já faziam festa antes de cruzar os portões. A torcida brasileira, alçada a uma das protagonistas desta Olimpíada, fica atrás no quesito criatividade ao repetir a exaustão o hit "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor".
"Brasileiro, Brasileiro, que amargurado que tu és. Maradona é o maior, é maior do que Pelé", provocavam os argentinos na fila.
Um grupo de brasileiros com camisas do Flamengo rebatia: "Mil gols, mil gol, mil gols. Sou Pelé, sou Pelé. Maradona cheirador".
A despeito da animação, os argentinos já tiveram um duro revés, nesta quarta (10): a seleção de futebol foi eliminada na primeira fase, após empate em 1 a 1 com Honduras.
É certo que a partida não foi no Rio, onde está hospedada a maioria dos turistas do país da prata, e sim em Brasília –a competição de futebol é a única em que as partidas não ocorrem todas dentro da cidade-sede.
Marcel Merguizo/Folhapress | ||
Torcida em jogo de vôlei entre Brasil e Argentina |
Ao que parece, os argentinos não quiseram voar os 1.166 quilômetros que separam o Rio da capital federal para prestigiar o jogo no estádio Mané Garrincha.
O desinteresse da torcida é com o fato de grandes estrelas terem ficado de fora. Messi, 29, Di Maria, 28, e Aguero, 28, não têm idade olímpica – as competições são para seleções sub-23–, mas nem sequer foram escolhidos para ocupar as três exceções ao corte de idade.
A pequena torcida no estádio, em sua maioria brasileiros, torceu por Honduras e repetiu gritando, após o gol, "eliminado".
A torcida tímida em Brasília contrastava com uma apaixonada e provocadora no jogo de rúgbi masculino entre Brasil e Argentina, também nesta quarta, em Deodoro.
Os argentinos levaram a melhor –e muito. Venceram de 31 a 0. A torcida estrangeira dominou o estádio. Vestidos de branco e azul, com bandeiras, perucas e bexigas, mais de cem argentinos gritavam "sou argentino e esse sentimento não posso parar. Olê, olê, olá".