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Rodrigo Zavala
Especial para o GD
Uma das notícias mais importantes
e positivas deste ano, o aumento da expectativa de vida dos
brasileiros, divulgados ontem pelo IBGE, azedou o humor da
população economicamente ativa do país.
Explica-se: por causa de uma lei aprovada em 1999, como o
brasileiro vive mais, terá que trabalhar mais 25 dias
para manter o valor inicial de sua aposentadoria constante.
Não entendeu ainda? Pois bem,
a tal lei rege o valor que um trabalhador receberá
no momento de sua aposentadoria. E, naquele ano, foi instituído
o fator previdenciário, cálculo que define o
valor a ser recebido por quem se aposenta por tempo de contribuição
pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e que leva
em conta, obrigatoriamente, a expectativa de vida indicada
pelo IBGE.
Isto significa dizer que, um brasileiro
que queira se aposentar com 40 anos tem, segundo o IBGE, expectativa
de viver mais 36,6 anos. Se tiver 50, terá expectativa
de viver mais 28,2. Portanto, o cálculo do fator previdenciário
será diferente nesses dois casos.
Sabe-se que a previdência
entrou em colapso, mesmo pagando a miséria que paga.
O que justifica, por um lado, leis que protejam cada vez mais
seu orçamento. No entanto, não deixa de ser
uma tragédia em 37 atos que deixa o trabalhador em
petição de miséria. Definitivamente,
o Brasil não deve ser chamado de desenvolvido, subdesenvolvido
ou em desenvolvimento. É melhor chamar logo de amador.
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