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 Dia 14.11.01

     

 

Caro Sr. Dimenstein

Respondendo a sua coluna, publicada em 11 de novembro de 2001 no caderno Cotidiano, nós do Teatro Oficina encontramos a oportunidade de esclarecer os leitores sobre o assunto e revelarmos a profunda incoerência do texto do jornalista.

O centro cultural, "sofisticado" na palavra do jornalista, que o grupo Silvio Santos pretende construir no Bixiga, é um shopping-center, um centro de comércio de bens e comércio de lazer, um grande negócio, nada além, nada diferente dos inúmeros "investimentos nesse tipo de melhoria" que a cidade tem visto surgir repetidamente nas formas de shopopings e teatros importados para a alta classe média. Good Business. Fortes econômicos para concretar o apartheid social que vigora no Bixiga e em São Paulo toda.

O empreedimento não "englobaria" o Oficina, esmagaria. Principalmente em seus planos originais de expandir-se num Teatro de Estádio público, um bosque tragicômico para o encontro da humanidade.

Como pode então o jornalista afirmar que o empresário vê-se na hora de "devolver parte de seu dinheiro" aos pobres, melhor dizer excluídos, já que "materialmente não lhe falta nada", e ao mesmo tempo apoiar o good business ? O shopping é só o começo desse grande negócio. Parte significativa do Bixiga, incluindo duas sinagogas, já foi comprada pelo grupo. A pretensão é enterrar de vez a vivescência que esse bairro teve e tem em nome de uma revitalização que é higienista e privatiza os poucos espaços públicos que restam.

Esse apoio de Dimenstein é incoerente e inconsequente.

Também acreditamos na revisão que Silvio Santos tem feito de si e de seu papel na sociedade. É uma mágica, para todos, que a situação mundial tem operado. No entanto ainda não tivemos a oportunidade de encontrá-lo pessoalmente. Tratamos sempre com seus intermediários, empresários que tiveram estômago para reunirem-se no dia 12 de setembro, the day after, e tratar da proposta de construção de inúmeras torres comerciais no Bixiga para fazer dele a "Bela Vista Viva".

Queremos o Silvio Santos. E ele, agora, deve nos querer porque nossa proposta para o Bixiga é o meio para ele exercer plenamente um novo papel na sociedade.

Tommy Pietra
Teatro Oficina Uzyna Uzona

 

 
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