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capital humano
02/02/2006
Depressão atinge adolescente, criança e até bebê

 

Karina Costa
especial para o GD

Uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Atualmente, 20% dos adolescentes e crianças, inclusive bebês brasileiros estão com a doença, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A cada fase da vida, a doença pode se manifestar de uma forma, pelos mais variados motivos. Especialistas recomendam que pais e responsáveis fiquem sempre alertas, que mantenham diálogo com seus filhos e que não dispensem a procura de um profissional.

Vários motivos podem levar à depressão: ausência da figura materna, paterna ou do responsável; transtornos familiares; perda de pessoas importantes e até mesmo animais de estimação; maus-tratos; exclusão ou quadro genético familiar. O fato de um recém-nascido ser afastado da mãe por precisar ficar em uma incubadora, por exemplo, pode levá-lo à depressão. O próprio nascimento do bebê pode causar a doença.

"Isso acontece porque ele estava protegido na barriga e, ao nascer, tem que enfrentar o mundo," diz a psicanalista, Soraya Hiss de Carvalho. Segundo ela, bebês que choram pouco, dormem a noite toda e não se alimentam bem podem ser depressivos. "Tudo isso é resposta de uma criança que não tem o afeto dos pais, um estímulo para ser feliz," completa a psicóloga Cláudia de Abreu Pereira.

O início da vida escolar também pode levar a doença. O fato de a criança não ser mais o centro das atenções, permanecer menos tempo com os pais, ter dificuldade para fazer amigos, ser tímida ou impedida de manifestar seus desejos são algumas das causas da depressão infantil. No adolescente, a doença aparece pelas mesmas razões e ainda por sucessivas decepções amorosas ou mesmo por causa da obesidade.

"Além disso, o egoísmo de cada um dos seres humanos pode causar a doença em seu dependente. Os pais que muitas vezes dão atenção permanente a sua vida profissional e esquecem de sua vida social e em família são exemplos disso," conta a psicanalista.

Não é só a tristeza ou o recolhimento que indicam que uma criança ou adolescente está com a doença. A euforia, a agitação e o déficit de atenção também são indicadores de depressão. Algumas reações permitem diferenciar a doença de sentimentos momentâneos como tristeza, melancolia e euforia da doença: "Qualquer um desses sintomas que persista de forma intensa e progressiva por um tempo superior a três semanas, é sinal de que a pessoa pode ter a doença", diz a especialista.

Aquelas pessoas que diminuem suas atividades vitais, evitam o ambiente de troca afetivo-social e perdem a vontade de fazer as coisas de que mais gostavam são prováveis depressivos, segundo a psicóloga Claudia Pereira. Também são sintomas evidentes o distúrbios do sono (insônia, pesadelos), agressividade, fobia escolar, perda de energia física e mental, cansaço matinal ou sintomas de regressão - linguagem e hábitos de alimentação infantilizados, - no caso daqueles que sentem ciúmes de um recém-nascido, um irmão mais novo.

Algumas providências precisam ser tomadas para ajudar quem está com depressão. Eliminar estimulantes como cafeína; tomar banho frio ao acordar e quente para dormir; ter horário regular para dormir; investir em lazer, atividades esportivas e religiosas. Essas pessoas precisam também viver num ambiente harmonioso recebendo atenção e estímulo por parte das pessoas que o cercam. Para os que estão em tratamento, é recomendado evitar bebidas e cigarros. E, em ambos os casos, é imprescindível o acompanhamento médico e psicológico.

Quando se tem alguém na família que já teve a doença, o recomendável é que se procure tratamento preventivo, diz a psicóloga. "É recomendável procurar um profissional da área, mesmo que a pessoa não tenha apresentado um quadro de depressão. Isso faz com que ela crie recursos emocionais para prevenir a doença ou não deixar que se desenvolva, se for o caso," recomenda.

"Não seria necessária tanta prevenção se cada pessoa tivesse laços seguros com pai, mãe e irmãos os quais se respeitassem, fossem carinhosos, amorosos. As pessoas têm que ser mais amigas, reservar um tempo útil para estar com seus filhos e demais familiares. São coisas simples que nos ajudam a prevenir consequências lá na frente," sugere a psicanalista.

   

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