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capital humano
31/01/2006
Queda de homicídio segue tendência do país

 

A queda recorde no número de homicídios em São Paulo, anunciada ontem pelo governo estadual, segue uma tendência do que ocorre no restante do país.

De 2004 para 2005, houve uma diminuição de 18,56% desse tipo de violência no Estado, chegando a 7.276 em números absolutos -o menor dos últimos dez anos. Nacionalmente, a queda pode ser observada em relatório do Ministério da Saúde. O estudo mostra que, entre 2003 e 2004, o número de mortes por arma de fogo no Brasil caiu 8%. Segundo o trabalho, o homicídio representa 90% desse tipo de ocorrência.

Outro estudo, do IBGE, aponta recuo de 6% no número de mortes violentas entre 2002 e 2004. "A queda é nacional, mas parece que o ritmo em São Paulo está mais acentuado", diz Renato Lima, coordenador do núcleo de pesquisas do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e chefe da divisão de estudos socioeconômicos da Fundação Seade. Especialistas afirmam que a ação da sociedade civil, em complemento a políticas governamentais, como a Campanha do Desarmamento, são as causas da diminuição. Lima cita cursos de capacitação oferecidos pela gestão estadual e a atuação da Senasp, que auxilia o financiamento dos Estados. A assessora de projetos do Instituto São Paulo contra a Violência Adriana Loche acrescenta, no âmbito governamental, a atuação das guardas municipais.

E sobre a atuação da sociedade civil, Loche cita como exemplo o disque-denúncia de seu instituto, que recebeu 97.335 chamados no ano passado. "Assim, consegue-se evitar as causas dos homicídios", afirma.

Para o diretor científico do Ilanud (instituto das Nações Unidas que estuda a violência), Guaracy Mingardi, o poder público tem pouco peso na queda. "Se ele fosse o responsável, teriam diminuído muito também crimes como roubo de carro, que dependem da inteligência da polícia." Esse crime teve pequeno recuo (2,17%).

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) atribui a diminuição dos homicídios à presença policial nas ruas, serviço de inteligência e a prisões. "Saímos de 35,2 homicídios dolosos por 100 mil habitantes [o pico de casos ocorreu em 1999] para 18,2 casos por 100 mil."

Segundo Alckmin, a queda do número de homicídios é um dos principais responsáveis pelo aumento da expectativa de vida no Estado. Ele citou dados da Fundação Seade de 2000 a 2004, que aponta crescimento na expectativa de vida das mulheres -de 76 para 77,2 anos- e dos homens -de 67,1 para 69,1 anos.

Distritos
Os homicídios dolosos caíram na maioria dos 93 distritos policiais da cidade de São Paulo em 2005 em relação ao ano anterior. Em 21 áreas, no entanto, houve crescimento.

No Campo Limpo, zona sul, o número de homicídios dolosos passou de 97, em 2004, para 119, no ano passado. Na avaliação de Luzinete Lucas, presidente do Conseg local, a falta de emprego é o principal motivo do crescimento da criminalidade.

Na Casa Verde, zona norte, as ocorrências mais que duplicaram, subindo de oito para 21. No bairro do Limão, também na zona norte, o aumento foi de dez ocorrências, de 19 (2004) para 29 (2005).

Em Pinheiros, zona oeste, o número de homicídios dobrou, passando de oito, em 2004, para 16, no ano passado.

FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo

   

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