Em
SP, escola da Vila Mariana lidera ranking das estaduais, tem
90% dos professores concursados e a mesma diretora há
nove anos
Colégio oferece sala de
informática, biblioteca e quadras que os alunos podem
utilizar mesmo fora do período escolar
A estabilidade de professores e diretores é uma das
razões para a Escola Estadual Maestro Fabiano Lozano,
na Vila Mariana (zona sul), ter obtido o melhor desempenho
no Enem entre as estaduais da capital, segundo a vice-diretora
Sônia Maria Zarantonelli.
No ranking de todas as escolas do país -privadas e
públicas- ela está na 337ª posição.
A direção é a mesma há nove anos
e só a diretora, Eliete Alves, está no cargo
há 14 anos. "Temos 90% dos professores concursados,
que não rodam de escola em escola. Isso faz com que
a equipe seja comprometida, sólida", afirma Sônia.
O colégio da Vila Mariana oferece sala de informática,
biblioteca e quadras que os alunos podem usar mesmo fora do
período escolar -o mesmo vale para os docentes.
De acordo com a diretora, os computadores são utilizados
como em uma lan house, em que os alunos podem usar gratuitamente
a conexão com a internet por meia hora.
"É bom porque nem todo mundo pode fazer isso em
casa", diz Sara Soares Pereira de Almeida, 17, aluna
do terceiro ano do ensino médio e monitora da sala
de informática.
Para ela, o bom desempenho obtido pela escola no Enem é
fruto também do esforço individual. "A
escola dá o básico e o aluno tem que correr
atrás do resto", afirma.
Atividades extracurriculares -inclusive com uma ONG voltada
a melhorar a autoestima dos alunos-, treinamentos esportivos
e passeios a museus e teatros também são atrativos.
Cobaia
Sara, que vai prestar o Enem neste ano, se diz apreensiva
com o novo exame, que deve substituir a primeira fase do vestibular
em universidades federais. "A gente vai ser meio cobaia,
mas acho que vai melhorar a chance de aprovação".
Para a vice-diretora Sônia, o novo formato tem a vantagem
de, ao eliminar um exame, poupar o aluno de passar por mais
um estresse. Mas, segundo ela, é preciso tomar cuidado
para que não vire uma "miniFuvest", em que
a capacidade de raciocínio é pouco exigida.
"Não adianta saber conteúdo sem saber aplicá-lo",
diz.
Em 2008, a escola fez pela primeira vez um simulado do Enem.
O teste deve ser aplicado novamente.