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REFLEXÃO


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pensata
13/12/2005
Salário mínimo, eleição e demagogia

As centrais sindicais já estão reclamando do salário mínimo de R$ 350 estudado pelo presidente Lula; querem pelo menos R$ 400. O tema é sempre efervescente. Ainda mais em ano eleitoral. Faça, caro leitor, a conta.

Suponha-se que seja aprovado o mínimo de R$ 350 (que, convenhamos, é mesmo baixo). Isso vai custar, só para os cofres federais, algo com R$ 4 bilhões, por conta dos gastos da Previdência; nem estou computando os impactos municipais e estaduais. O dinheiro vai, assim, basicamente, para os idosos que dependem de aposentadoria.

Compare. Lula está falando que o novo fundo de recursos para a educação (Fundeb) vai ter, por ano, mais R$ 1 bilhão. Por falta de dinheiro, não se pode dar dinheiro para as creches e pré-escolas, tão vitais para o desenvolvimento dos indivíduos.

Como o cobertor é curto, opta-se por dar mais recursos aos idosos do que as crianças em creches, que têm bem menos apelo eleitoral. Friamente falando, opta-se pelo investimento social de menor retorno. Como esse tipo de cálculo não agrada ninguém, muito menos aos políticos (e menos ainda aos políticos em ano eleitoral), podem aguardar um show de demagogia com dinheiro alheio.

Coluna originalmente publicada na Folha Online, na editoria Pensata.

   
 
 
 

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