Numa escala
de 0 a 10, a rede de escolas estaduais de São Paulo
ficou com as notas 2,54 para o ensino fundamental e 1,41 para
o médio. Apenas duas escolas do ensino médio
conseguiram tirar a nota 6, padrão dos países
desenvolvidos.
Obtido com exclusividade e previsto para ser divulgado amanhã,
a tradução do Idesp (Índice de Desenvolvimento
da Educação do Estado de São Paulo),
que combina notas e fluxo escolar, é que as escolas
estaduais estão reprovadas --ou seja, os alunos conhecem
pouco de matemática e língua portuguesa, além
de estarem com a idade defasada para série em que estão
matriculados. É a primeira vez que esse indicador é
divulgado.
Se planos de melhoria da educação funcionarem,
apenas em 2030, as escolas estaduais chegarão ao nível
existente hoje nos países desenvolvidos, que é
6 --apenas dois colégios paulistas, entre mais de três
mil, conseguiram atingir esse patamar.
A secretária da Educação, Maria Helena
Guimarães, reconhece os problemas de qualidade de ensino,
comentando que, pela primeira vez, o sistema consegue chegar
a um "grau tão alto de transparência"
--a idéia é, além das medidas já
anunciadas anteriormente (recuperação, unificação
dos currículos, bônus por desempenho), desenvolver
um plano especial para as unidades com pior desempenho, usando,
por exemplo, professores tutores em sala de aula para ajudar
os demais professores.
A melhor escola no ensino médio está localizada
em Santo André (Papa Paulo 6º), com nota 6,2;
em segundo lugar, Batista Dolci (5,39), de Dolcenópolis;
em terceiro, Corifeu Azevedo Marques (4,8), de Aparecida do
Oeste.
Nenhuma escola da cidade de São Paulo conseguiu atingir
a nota 5. As cinco melhores são, pela ordem, Raul Fonseca,
Escola de Aplicação da USP, Rui Bloem, Carlos
Maximiliano e Alves Cruz.
Um dos fatos que chamam a atenção da secretária
é a disparidade entre as escolas. Apesar dos salários
serem iguais e de as condições econômicas
serem semelhantes, alguma delas apresentam ótimos resultados,
comparáveis ao de países ricos. Ela disse que
pretende detalhar mais o funcionamento dessas escolas para
que se revelem mecanismos de melhoria da educação.
Um dos fatores é o engajamento do corpo docente (professor
e diretor), além da participação dos
pais e da comunidade.
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