Indicação
influencia na conquista do emprego
A indicação
é tão importante na seleção de um candidato
que hoje as empresas já estão oficializando esse recurso.
Há empresas
brasileiras nas quais os contatos foram responsáveis pelo
preenchimento de 60% a 75% das vagas. Tentando afastastar o estigma
de favorecimento, o objetivo é formar times competentes,
principalmente em áreas novas, tais como tecnologia e telecomunicações.
As indicações
não garantem, contudo, estabilidade para o trabalhador. As
empresas precisam, por sua vez, avaliar se não haverá
desgaste no ambiente de trabalho por conta de eventuais apadrinhamentos
e tolerância ao erro.
(Folha de S.Paulo)
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Indicações
preenchem até 75% das vagas
Você torceria
o nariz se soubesse que o colega de trabalho do seu lado foi contratado
por indicação de alguém da empresa? Apesar
da reação negativa ser comum, o conhecido Q.I. ("quem
indicou") é um reforço que ainda influencia muito
na hora da contratação.
Tanto é
que hoje as empresas estão oficializando esse recurso para
afastá-lo da pecha de "politicagem" e "apadrinhamento".
"Os contatos
pessoais valem tanto que, entre um bom profissional desconhecido
e um não tão bom, mas que possui referências,
há empresas que preferem o último", afirma Gérson
Correia, sócio-diretor da DBM do Brasil.
Para ratificar
a importância de ter um "pistolão", não
só no Brasil, o consultor cita um dado de uma pesquisa recente
da DBM mundial, com 20 mil empresas, das quais 580 são brasileiras:
"Nos últimos quatro anos, entre 60% e 75% das vagas
foram preenchidas por meio de contatos".
Segundo pesquisa
do Grupo Catho, feita com 1.356 executivos em todo o país,
as recomendações de amigos de dentro e de fora da
empresa totalizam 48% das respostas. "A indicação
é usada sobretudo para montar equipes nas áreas de
tecnologia e telecomunicações, que necessitam de pessoal
especializado", avalia a vice-presidente Adriana Gomes.
Para evitar
dúvidas sobre a lisura da seleção e a competência
do candidato e acabar com o estigma impositivo da indicação,
algumas empresas fazem questão de que o processo de recrutamento
seja transparente e às vezes até omitem o grau de
parentesco ou amizade do candidato até a entrevista.
"A filosofia
mudou porque as empresas estão mais interessadas em potencial
do que em troca de favores", afirma Eliana Jorge Castrucci,
da Plus Consulting RH.
A consultora,
que trabalhou há alguns anos no RH de um grande banco, conta
como era antes: "Havia o que chamávamos de DPA ("departamento
de protegidos e apadrinhados'). Quando surgia vaga, tínhamos
de recorrer a esses candidatos, que nem sempre eram bem qualificados".
Muitas empresas
estão abrindo aos próprios funcionários a chance
de recomendar amigos ou parentes para as vagas disponíveis.
A iniciativa
foi adotada em janeiro pelo laboratório Aventis Pharma, que
informa os profissionais em primeira mão sobre as oportunidades.
"Cerca de 40% dos postos têm sido preenchidos por indicação",
afirma Regina Oliveira, coordenadora de recrutamento e seleção.
Segundo ela,
por precaução, quando há parentes envolvidos,
a empresa opta por deixar a informação incógnita
nessa fase para não atrapalhar o recrutamento.
Na Paper Express,
empresa de artes gráficas, os 60 empregados são parentes
ou amigos e quase todos vieram por indicação.
O gerente administrativo
Charles Luiz de Azevedo, 25, é recordista. A noiva, a irmã
e dois cunhados são seus colegas de trabalho. Ele próprio
foi recomendado por uma amiga. "A postura tem de ser imparcial.
Só indico quem conheço bem, para não prejudicar
a minha imagem."
(Thais Abrahão
- Folha de S.Paulo)
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