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Ministério
do Trabalho confirma crescimento do emprego formal
Segundo o Caged
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho),
em abril passado o nível de emprego formal (com carteira assinada)
registrou crescimento de 0,60%, o que corresponde a mais 125 mil
vagas. Foi o saldo entre 784 mil admissões e 658,98 mil desligamentos
de trabalhadores das empresas.
A taxa mensal de 0,60% foi a mais alta da série histórica do Caged.
Quando positiva, significa que as contratações superam as demissões,
elevando o nível de emprego formal
A medição acumulada em 12 meses apresenta um saldo positivo em 1,10%,
o que corresponde a 226,4 mil novas vagas.
"Maio foi o quinto mês positivo do nível de emprego", lembra Roberto
Faldini, empresário e diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos
da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que
também acompanha, com estatísticas próprias, o vaivém dos postos
de trabalho.
A análise do Ministério do trabalho que acompanha as estatísticas
do Caged afirma também quase todas as regiões e todos os setores
vêm apresentando recuperação e o aquecimento não está restrito ao
último mês ou trimestre.
(Folha de S.Paulo)
Leia
mais:
- Governo
federal não tem política para regulamentar o trabalho informal
- Novos empregos na
construção dependem de reforma tributária
- Expectativa é que emprego
formal continue crescendo
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Máxi
finalmente faz o emprego reagir
A maxidesvalorização do real, em janeiro do ano passado,
trouxe certa pressão inflacionária e forte desgaste político para
o governo, mas aos poucos rende dividendos numa área sensível: a
do emprego.
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), documento
entregue todo mês pelas empresas ao Ministério do Trabalho (MTb),
mostram que o pior -aparentemente- já passou, pelo menos nessa área.
Em abril passado, o nível de emprego formal (com carteira assinada)
registrou crescimento de 0,60%, o que corresponde a mais 125 mil
vagas. Foi o saldo entre 784 mil admissões e 658,98 mil desligamentos
de trabalhadores das empresas.
A taxa mensal de 0,60% foi a mais alta da série histórica do Caged,
afirma o ministério. Quando positiva, significa que as contratações
superam as demissões, elevando o nível de emprego formal.
Curva consistente
É na série acumulada em 12 meses, entretanto, que se observa uma
recuperação mais consistente do emprego formal. Nesse período, até
abril, o saldo é positivo em 1,10%, o que corresponde a 226,4 mil
novas vagas.
Desse total, 125 mil foram em abril passado, o que indica melhor
desempenho no período mais recente (na "margem", como se diz no
economês).
"Maio foi o quinto mês positivo do nível de emprego", lembra Roberto
Faldini, empresário e diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos
da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que
também acompanha, com estatísticas próprias, o vaivém dos postos
de trabalho.
No Caged, o "fundo do poço" nos últimos anos foi observado em abril
do ano passado, quando o saldo de 12 meses chegou a ficar negativo
em 3,24% (ver gráfico).
A participação do emprego informal (sem carteira assinada) no total
é crescente, conforme pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), e geralmente essa tendência é acompanhada
pela precarização das relações de trabalho.
É por isso que a evolução positiva dos resultados do Caged, que
mede o emprego formal, se não faz cair tanto a taxa de desemprego,
pelo menos traz a esperança de que a situação não piore.
Análise do Ministério do Trabalho atribui a virada na evolução do
emprego formal à mudança da política econômica, que combinou a desvalorização
do real com a queda dos juros internos.
Pelos números do Caged, no acumulado de 12 meses a maior alta no
emprego (10,89%) foi registrada no setor de calçados, tradicional
exportador e intensivo em mão-de-obra.
A análise do MTb que acompanha as estatísticas do Caged afirma também
que: 1) quase todas as regiões e todos os setores vêm apresentando
recuperação; 2) o aquecimento não está restrito ao último mês ou
trimestre.
Faldini observa que o emprego reagiu não apenas nos setores ligados
diretamente ao comércio exterior, principalmente a partir de janeiro
passado, mas em outros segmentos, fornecedores das indústrias que
exportam e das que substituem importações. "Houve uma irrigação
de recursos", diz ele.
Embora os resultados da balança comercial sejam de certa forma frustrantes,
pois se previa um superávit de US$ 4 bilhões neste ano, e agora
há conformismo com US$ 2 bilhões, o avanço do "quantum" (quantidade)
exportado é expressivo, informa a Funcex (Fundação Centro de Estudos
do Comércio Exterior).
No primeiro quadrimestre, em relação a igual período de 1999, o
crescimento do "quantum" geral foi de 19,2%, mas nos manufaturados
-que respondem por cerca de 57% do valor das exportações do país-
alcançou 29,1%.
A Funcex diz ainda que os preços (em dólar) também já mostram "sinais
nítidos de recuperação, destacadamente nos semimanufaturados".
Mas, na relação das exportações com o emprego, o "quantum" é mais
importante do que o valor.
Para técnicos da Funcex, superávits rápidos na casa de US$ 10 bilhões
teriam exigido "um esforço muito maior do país em termos de queda
da demanda interna e depreciação cambial" (dólar mais alto), "e
talvez em termos de aumento da inflação".
Faldini acentua, porém, que o discurso positivo do governo em relação
às exportações não corresponde ao que se vê na prática. A oneração
tributária e a burocracia ainda preocupam, diz ele.
Para que o nível de emprego mantenha-se em recuperação, o diretor
da Fiesp afirma esperar avanços mais firmes nas reformas fiscal,
tributária, da Previdência e da legislação trabalhista.
(Folha de S.Paulo)
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