Leia repercussão da coluna: Ciro se enrola no teste de inteligência emocional

Dimenstein,

Já que você tocou no assunto, vamos explorar novamente a questão do vestibular. "Tá certo", ninguém gosta de fazer vestibular, na verdade ninguém gosta de fazer provas e podemos dizer, ninguém gosta de ser avaliado, a menos que tenha a certeza de ser bem sucedido, é claro!

Bom, mas já que você considerou como a "melhor proposta", fazer um exame tipo ENEM, em cada um dos três anos do segundo grau, gostaria de ver respondidas a seguintes questões:

a) seria um exame único, nacional, válido para "TODAS" as universidades, públicas e privadas?

b) seria o mesmo exame para USP e digamos para a Estácio de Sá no Rio de Janeiro onde até analfabeto passa no vestibular ou seria apenas para as faculdades públicas?

c) se for somente para as públicas, seria o mesmo exame, digamos para a Federal do Maranhão e para a UFRJ, do Rio de Janeiro?

d) Se for o mesmo para UFMa e para a UFRJ e USP, então um aluno do Maranhão, que fosse melhor colocado no exame, teria a opção de escolher onde cursar, se na USP ou na UFMa ou outra qualquer de acordo com sua classificação? é justo não?

e) Por um raciocínio contrário, um aluno de São Paulo, que tenha melhor colocação durante os 3 anos de exames que um estudante do interior, poderia optar por estudar em qualquer universidade pública, escolhendo por ordem de classificação? também é justo não?

f) Considerando as médias do último 30 anos de vestibular e as probabilidades em função da relação candidato-vaga, pode-se esperar que em média os alunos da universidades, localizadas vamos dizer, "mais distantes" dos principais centros de estudo e pesquisa do país, seriam provavelmente classificados com médias mais baixo que os dos principais centros, criando uma natural "classificação nacional de cursos". Pergunta, isto está claro para os realmente envolvidos, isto é candidatos, alunos das universidades e professores?

g) Como seria garantido o controle do, digamos assim, "vazamento de informação" e outras práticas comuns, seja na terra dos Marimbondos de Fogo, nas dos filhos do "você sabe com quem está falando" ou na dos garotos(as) de BMW e pickups V8, uma vez que seriam exames nacionais válidos para todas as universidades do país?

h) Como seriam os conteúdos das provas, considerando-se as diferenças de exigências de cursos como os da USP, Unicamp e UFRJ e etc, em relação a de outras universidades menos cotadas?

Bom, estas foram algumas questões que me ocorreram, como não sou especialista no assunto, talvez sejam simplistas e sem significado. Porém, muito provavelmente, os profissionais sérios de ensino das universidades e colégios do país podem elaborar muitas outras e melhores, sugiro que manifestem suas opiniões.

Jorge Fragoso

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