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educação
08/09/2004
Prefeitura de SP cria 4º turno para aumentar vagas em escolas

A Prefeitura de São Paulo informa que criou 200 mil vagas nas escolas municipais nos últimos três anos e meio. Por outro lado, aumentou o número de unidades que têm quatro turnos de aulas e não conseguiu reduzir o número de alunos por sala. Essas duas questões podem prejudicar a qualidade do ensino, segundo especialistas consultados.

Desde 2001, houve crescimento de 13% no número de escolas municipais de ensino fundamentais (Emefs) que operam com quatro turnos e de 24% de unidades infantis (Emeis) com três turnos, segundo dados oficiais obtidos pelo Instituto Pólis --ONG (organização não-governamental) especializada em políticas públicas. Além disso, a maioria das salas têm mais de 30 alunos.

Segundo a Secretaria da Educação, as cerca de 200 mil novas vagas foram distribuídas da seguinte maneira: 40 mil em creches, 63 mil em Emeis, 12 mil em Emefs, 50 mil nos cursos de Educação de Jovens e Adultos e outras 33 mil no Mova (Movimento de Alfabetização de Adultos).

A pasta não confirma as informações do Instituto Pólis, mas a coordenadora do setor de demanda escolar, Maria Khadiga Saleh, informa que cerca de 80% das unidades de ensino fundamental têm, hoje, quatro turnos.

"Não há redução da carga horária e não há prejuízo no ensino", argumenta Saleh.

Nos estabelecimentos com mais turnos, o intervalo entre as turmas é de apenas cinco minutos. Os alunos que saem têm de deixar a sala rapidamente para dar lugar aos que precisam entrar.

Horário apertado
As aulas acontecem das 6h50 às 10h50, das 10h55 às 14h55, das 15h às 19h e das 19h05 às 23h05.

Nas escolas fundamentais que operam com três turnos (dois diurnos e um noturno), as aulas se dividem entre as 8h e as 12h, as 13h e as 17h e as 19h e as 23h. As escolas infantis mantêm os mesmos horários, mas não atendem durante o período noturno.

Especialistas ouvidos pela reportagem, porém, afirmam que, para o aluno, a implantação de quatro turnos não é positiva.

"A criança perde a oportunidade de usufruir do colégio, as aulas podem durar menos tempo por causa do curto intervalo entre as turmas e o prédio fica deteriorado rapidamente", fala Marco Antônio Ferraz, da Prof Assessoria em Educação (que presta serviços a alunos e escolas).

A professora Neide Noffs, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, considera que os horários diferenciados obrigam o aluno e a família a mudar a rotina e isso pode prejudicar o desenvolvimento do estudante.

"Quem entra às 10h55 tem de alterar o horário de almoço. E os pais têm de adaptar horários para levar o filho à escola", afirma a professora Noffs.

O elevado número de alunos dentro da sala também é criticado. "Isso interfere na qualidade de ensino", resume o professor Rubens Camargo, da USP. "Em países europeus, há 20 ou 22 crianças por turma",complementa.

Segundo o Instituto Pólis, no ensino municipal fundamental há, em média, 36 alunos nas salas.

Camila Croso, da ONG Ação Educativa, diz que, quando o número de crianças por sala é alto, "o professor não consegue dar atenção suficiente ao aluno".

Documento do MEC (Ministério da Educação e Cultura) de 1998 sobre a lotação das salas sugere que, nas salas de zero a dois anos, haja entre seis e oito crianças por professor; de três anos, 15 crianças por professor, e de quatro a seis anos, 20 alunos por professor.


As informações são da Folha Online.

 
 
 

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